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RI da Cemig (CMIG4): Ser estatal é como correr com um saco de areia nas costas

18 set 2025, 14:22 - atualizado em 18 set 2025, 14:22
Carolina Senna
Apesar disso, Carolina Senna diz que a governança das estatais melhorou, não só para a Cemig, como para todas as estatais (Imagem: Divulgação)

A head de relações com investidores da Cemig (CMIG4), Carolina Senna, falou sobre as diferenças e as dificuldades de ser uma empresa estatal. Companhias controladas pelo governo normalmente são vistas como mais arriscadas pelo mercado.

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“Por ser estatal, quando comparamos com outras empresas, é como se estivéssemos correndo com um saco de areia nas costas. Percebemos que é mais difícil, o papel às vezes não reage ou responde da mesma forma”, afirmou em evento do AGF Day.

Segundo ela, há desconfiança, principalmente, de investidores estrangeiro que, por conta das questões políticas, às vezes possuem mais dúvidas em relação à companhia.

Apesar disso, Senna diz que a governança das estatais melhorou, não só para a Cemig, como para todas as estatais.

“A Lei 13.303 trouxe uma melhoria significativa. O nosso estatuto e as nossas políticas reforçam ainda mais o que essa lei veio endereçar, ajudando a aumentar a confiança em relação à empresa. Somos reconhecidos por não precisarmos ser privados para entregar resultado”.

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Ainda segundo a diretora, a Cemig possui foco nos negócios regulados, onde, “independentemente de qual governo esteja como nosso acionista controlador, os investimentos e negócios regulados em Minas sempre serão importantes”.

“No fundo, o que importa é a população mineira, e isso é indiferente ao governo”.

Cemig será privatizada ou federalizada?

De todas as formas, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) já começou a elaborar um laudo de avaliação de valor justo das suas participações na Cemig e na Copasa (CSMG3).

No entanto, o governo de Minas afirma que as avaliações têm caráter não-vinculante. Ou seja, ainda não há qualquer decisão oficial sobre a transferência efetiva do controle das duas companhias.

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Em relatório de julho, o Itaú BBA disse que na recente CEO Conference em Nova York, em maio, o governo de Minas Gerais reafirmou sua intenção de privatizar a Copasa e federalizar a Cemig, após transformá-la em sociedade por ações.

“Tivemos uma reunião com o vice-governador de Minas Gerais, que detalhou os 12 projetos de lei e uma emenda constitucional recentemente apresentados à Assembleia Legislativa do Estado (ALMG). O vice-governador reiterou a intenção do governo de transformar a Cemig em uma sociedade por ações e, posteriormente, federalizá-la”.

O vice-governador explicou que uma federalização completa da Cemig, nas condições atuais, exigiria aporte de capital da União devido aos direitos de tag along e à antecipação de vencimentos de dívidas.

Segundo as regras do PROPAG, esse valor seria descontado do valor de mercado da companhia, atuando como fator negativo para a meta do Estado de reduzir sua dívida.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É também setorista de setor financeiro. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É também setorista de setor financeiro. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.