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Ricardo Baraçal: A liquidez cambial sob demanda ajuda no client experience

01 mar 2021, 11:45 - atualizado em 01 mar 2021, 11:45
Tecnologia, Inteligência Artificial, Inovação
“A tecnologia faz com que o cliente tenha cada vez mais protagonismo nas decisões das grandes organizações, em nome de uma melhor experiência de câmbio”, afirma o colunista (Imagem: Pixabay)

Liquidez é um dos tópicos mais comentados quando se trata de negociação de moedas. Vamos falar sobre este conceito e como a tecnologia atual pode resolver um dos maiores desafios do câmbio.

O conceito de liquidez

Um ativo é considerado líquido quando pode ser facilmente convertido em dinheiro. Quanto mais rapidamente essa conversão é feita, mais líquido ele é.

De uma perspectiva financeira, liquidez refere-se à capacidade de um ativo ser liquidado a um preço razoável ou convertido em um meio de pagamento, sem ser convertido em outros ativos antes.

Podemos também aplicar a essa definição o custo de resgate do ativo, mantido por um investidor, por seu atual valor de mercado. Quanto menor o custo, maior será a liquidez.

Provedores e fontes de liquidez

Quando os corretores de câmbio se estabelecem, uma das primeiras coisas que fazem é encontrar provedores de liquidez, os chamados mundialmente de LPs (Liquidity Providers). Os LPs são instituições financeiras que fornecem preços para as moedas e participam da negociação na ponta compradora ou vendedora.

Ainda hoje, no mercado de câmbio, os grandes bancos globais são as principais fontes de liquidez. Na verdade, de acordo com o Bank of International Settlements (Instituição Global que apoia os bancos centrais na manutenção da estabilidade financeira mundial), cerca de 70% da liquidez no mercado cambial vem de bancos como Citibank, Deutsche Bank, HSBC, JPMorgan Chase, UBS, entre outros.

Esses players fornecem cotações de preços de moeda e constituem uma proporção significativa do mercado de câmbio interbancário.

Existem ainda algumas outras fontes adicionais de liquidez neste mercado. Os próprios bancos centrais, hedge funds, corretoras, entre outros.

Os corretores podem obter liquidez de qualquer LP no mercado de câmbio interbancário. Isso permite que os corretores ofereçam liquidez a seus próprios clientes para garantir as negociações.

A liquidez é um dos fatores mais importantes no mercado de câmbio estrangeiro, assim como em outros mercados de negociação. Na verdade, os LPs estabilizam o mercado cambial porque compram e vendem moedas a qualquer momento, na maioria das condições de mercado.

Isso permite que as negociações de compra ou venda aconteçam quando querem, sem a necessidade de esperar que alguma contraparte direta esteja na outra ponta.

Novas fontes de liquidez com a tecnologia

A tecnologia faz com que o cliente tenha cada vez mais protagonismo nas decisões das grandes organizações, em nome de uma melhor experiência de câmbio.

Atributos como custos baixos e agilidade têm sido cruciais na batalha entre uma concorrência que só cresce no ambiente das fintechs.

Agilidade talvez seja um conceito ainda não alinhado com os grandes bancos que ainda monopolizam a liquidez desse mercado. Muitas vezes, as contas que as corretoras possuem nessas instituições, e que são abastecidas para garantir a liquidez de operações, acabam por sofrer com a mesma demora de uma operação cambial comum.

O resultado disso, considerando a crescente necessidade de uma resposta rápida às demandas de nossos clientes, pode representar uma enorme barreira às fintechs, que querem batalhar mercado com esses mesmos bancos.

Por isso, fiquem de olho em soluções de “liquidez sob demanda”, que crescem rapidamente, muito associadas a tokens e outros criptoativos que podem fazer uma ponte entre as paridades de moedas, de forma invisível ao cliente final, com total segurança, e uma possibilidade de pagamento após o consumo deste “mílite virtual”.

Isso pode proporcionar às fintechs de câmbio agilidade total, fora do sistema desses grandes bancos que ainda controlam o fluxo cambial no mundo. Proporciona também uma experiência inigualável a seus clientes, ao evitar infinitas contas em bancos internacionais e a gestão de ativos financeiros que ficam parados de forma improdutiva, um pecado para qualquer tesouraria.

Escolha bem seus parceiros de liquidação, e não esqueça a última milha do seu processo cambial, que pode ser decisiva para um serviço de excelência.

Ricardo Baraçal é sócio diretor da Frente Corretora de Câmbio. Formado em Administração de Empresas, ingressou no mercado financeiro em 2004, quando foi para o Citibank, após passar pelo programa de Trainee na AMBEV. Em 2010, assumiu a área de expansão e novos negócios da XP Investimentos com a missão de transformar novos profissionais do sistema financeiro em agentes autônomos. Passou pela Guide Investimentos e, algum tempo depois ingressou na Otimize Câmbio. Na transição do mercado de investimentos para o mercado de câmbio, apostou, em parceria com os sócios da Frente Corretora, no desenvolvimento de soluções tecnológicas aplicadas a um segmento de mercado concentrado em poucos players.
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Ricardo Baraçal é sócio diretor da Frente Corretora de Câmbio. Formado em Administração de Empresas, ingressou no mercado financeiro em 2004, quando foi para o Citibank, após passar pelo programa de Trainee na AMBEV. Em 2010, assumiu a área de expansão e novos negócios da XP Investimentos com a missão de transformar novos profissionais do sistema financeiro em agentes autônomos. Passou pela Guide Investimentos e, algum tempo depois ingressou na Otimize Câmbio. Na transição do mercado de investimentos para o mercado de câmbio, apostou, em parceria com os sócios da Frente Corretora, no desenvolvimento de soluções tecnológicas aplicadas a um segmento de mercado concentrado em poucos players.
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