Commodities

Rússia invade Ucrânia: UBS vê impacto sobre indústria, com aumento de preços de energia

24 fev 2022, 11:09 - atualizado em 24 fev 2022, 11:13
Rússia
Ataque da Rússia na Ucrânia pode trazer impactos significativos na cadeia global de commodities (Imagem: Vadim Yakubyonok/Belta/Handout via REUTERS)

O conflito entre Rússia e Ucrânia ganhou novas proporções na madrugada desta quinta-feira (24), com o governo russo autorizando uma operação militar em áreas separatistas do leste do país ucraniano.

Analistas do mercado avaliam que as commodities devem receber os maiores impactos conforme as tensões na Europa ganham escala. De acordo com o UBS, os primeiros riscos incluem a oferta de carvão e energia no mundo.

O equilíbrio da oferta e demanda do carvão é pesadamente nivelado a qualquer embargo direto sobre o comércio da Rússia, explica o banco. O país responde por aproximadamente 15% do balanço de carvão metalúrgico e térmico do mundo, sendo responsável por 30% e 60% das importações europeias.

“Com os fundamentos já apertados, vemos uma disrupção potencialmente significativa se o comércio de carvão virar alvo (embora seja pouco provável)”, comenta o time de análise do UBS.

Na avaliação do UBS, qualquer deslocamento/mudança de rota levaria a ineficiências estruturais e aumento de preços do combustível.

Em relação à oferta de energia, os analistas lembram que a Rússia é o terceiro maior produtor de petróleo e o segundo maior produtor de gás natural do mundo.

A Europa tem vivido um cenário de aumento de preços de energia nos últimos meses, reflexo dos crescentes riscos na cadeia de distribuição.

Carvão
Equilíbrio da oferta e demanda do carvão é pesadamente nivelado a qualquer embargo direto sobre o comércio da Rússia, disse o UBS (Imagem: Reuters/Shannon Stapleton)

Metais também impactados

Segundo o UBS, a ameaça de um aumento de preços de energia como resultado do cenário atual no Leste Europeu trará impactos para a indústria e a economia em geral.

Embora menos significativas para a Rússia, os preços dos metais também acabando refletindo qualquer mudança na oferta do país.

A Rússia é responsável por cerca de 5-10% da produção global de metais básicos, com destaque para alumínio e níquel.

De acordo com o UBS, até o aço pode ser impactado, mas alumínio e zinco são os metais mais expostos à escalada dos preços de energia.

“A energia constitui quase 35% do custo para se fazer alumínio. Derreter zinco também está altamente exposto aos preços de energia”, comenta o banco.

O UBS lembra que as sanções impostas pelos EUA em 2018 sobre a empresa russa Rusal causaram interrupção significativa nos preços e na indústria do alumínio na época.

De acordo com a XP Investimentos, além de energia e metais, os alimentos têm tendência a exibir altas adicionais em seus preços com o conflito militar na Ucrânia, o que deixaria a tarefa dos bancos centrais de controlar a inflação no curto prazo ainda mais desafiadora.

Invasão na Ucrânia

A invasão na Ucrânia pode marcar o início de uma guerra na Europa, uma vez que a Rússia exige o fim da expansão da Otan para o leste.

O ataque liberado pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, ocorreu horas depois que separatistas pró-Rússia pediram que Moscou ajudasse a impedir uma suposta agressão ucraniana. Os Estados Unidos declararam o pedido como propaganda russa.

Até o momento, a Ucrânia confirmou que pelo menos 40 soldados do país foram mortos em decorrência dos bombardeios na região.

Em nota oficial, o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que o país norte-americano e seus parceiros e aliados vão responder de “forma unida e decisiva”.

Ursula von der Leyen, presidente da União Europeia, classificou o ataque como “injustificado” e disse que responsabilizará Kremlin pelas consequências envolvendo a invasão.

Agora, várias regiões da Ucrânia servem de palco para combates entre ucranianos e tropas russas.

De acordo com o conselheiro do gabinete presidencial ucraniano, combates pesados ocorrem nas regiões de Sumy, Kharkhiv, Kherson, Odessa e em um aeroporto militar perto da capital Kiev.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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