Relações Internacionais

Rússia X Ucrânia: quais seriam os impactos de uma possível invasão para o Brasil?

19 jan 2022, 12:15 - atualizado em 19 jan 2022, 15:04
Tropas Rússia fronteira Ucrânia
Envio de tropas russas para fronteira da Ucrânia aumentou a tensão militar entre os países (Imagem: Alexander Avilov/Moskva News Agency)

A eminência de um conflito armado entre a Rússia e a Ucrânia começa a tomar as manchetes dos noticiários, à medida que a Casa Branca alerta que Moscou pode invadir seu país vizinho a qualquer momento.

Um barril de pólvora pode ser detonado a partir daí, trazendo reflexos inclusive ao Brasil.

Uma das reações mais imediatas caso o conflito aberto se confirme é a disparada do custo de energia, afirma Leonardo Trevisan, que é internacionalista e economista, formado pela ESPM.

Ao Money Times, Trevisan explica que a Ucrânia é a passagem mais sensível de gás natural à Europa.

A Alemanha, maior economia do continente, e que depende de um terço do gás russo, já busca costurar soluções com Moscou.

É evidente que o cenário para especulações ainda é bastante incipiente, sendo mais um “jogo de cena e pressão em que nessa missa a gente sabe pouco”, afirma o especialista.

Na esteira geopolítica, os Estados Unidos utilizam mais de artifícios para justificar sua entrada no conflito, enquanto a Rússia trabalha com fatos consumados e demonstrações de artilharia nas fronteiras com a Ucrânia.

Interesses

Trevisan afirma que ambos os lados (americanos e russos) já perceberam que são necessárias concessões na questão da Ucrânia.

Prova disso, é o fato do principal diplomata da administração Joe Biden tentar desarmar a crise com Moscou sobre a Ucrânia quando se encontrar com o chanceler russo em Genebra nesta semana, após visitas a líderes ucranianos em Kiev e a autoridades europeias em Berlim.

Outro personagem importante e menos óbvio no conflito é a China.

Para o especialista, o país asiático pensa em termos geoeconômicos. Os chineses são os principais compradores dos minérios ucranianos.

E a bolsa brasileira?

Mesmo com a pressão altista sobre o petróleo, as ações de petroleiras no Brasil podem ter os benefícios anulados com a volatilidade dos mercados desencadeada pelo conflito (Imagem: Reuters/Amanda Perobelli)

O economista-chefe da Infinity Asset, Jason Viera, explica que o conflito gera impactos globais e o Brasil não ficará de fora. A principal reação dos mercados num primeiro momento é a valorização do dólar.

“Em meio às incertezas relacionadas ao conflito, os investidores deverão comprar dólar. No curto prazo, os preços do petróleo e do gás natural também sofrerão pressão altista”, argumenta.

Contudo, ainda não é possível dimensionar o que pode acontecer, na avaliação de Vieira.

É preciso observar qual será a extensão dos conflitos e como os países devem reagir à invasão da Rússia na Ucrânia.

Será que as ações de petroleiras listadas no Brasil, como a Petrobras (PETR4), poderiam se beneficiar da eventual alta do petróleo, que já segue acima de sua máxima em sete anos?

Para o especialista, o benefício da commodity pode ter o seu valor anulado. “A volatilidade nos mercados globais pode ser tamanha em meio aos conflitos armados, que nem mesmo as petroleiras sejam poupadas”.

Repórter
Repórter de renda fixa do Money Times e Editor de agronegócio do Agro Times desde 2019. Antes foi Apurador de notícias e Pauteiro na Rede TV! Formado em Jornalismo pela Universidade Paulista (UNIP) e em English for Journalism pela University of Pennsylvania. Motivado por novos desafios e notícias que gerem valor para todos.
Linkedin Instagram Site
Repórter de renda fixa do Money Times e Editor de agronegócio do Agro Times desde 2019. Antes foi Apurador de notícias e Pauteiro na Rede TV! Formado em Jornalismo pela Universidade Paulista (UNIP) e em English for Journalism pela University of Pennsylvania. Motivado por novos desafios e notícias que gerem valor para todos.
Linkedin Instagram Site
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.