Saída da JBS (JBSS3) deixa buraco diário de R$ 421,3 milhões em negociações na Bolsa

As ações da JBS (JBSS3) se despediram da B3 na última sexta-feira (9), negociadas agora por meio do BDRs (Brazilian Depositary Receipts), sob o código JBSS32. De acordo com levantamento da Elos Ayta, a saída da companhia vai deixar de movimentar R$ 421,3 milhões por dia no mercado à vista de ações na Bolsa brasileira.
Trata-se do maior nível de liquidez da empresa desde 2019 — e um novo recorde, superando os R$ 412,7 milhões/dia registrados em 2020. Esse desempenho representa nada menos que 2,19% de todo o volume financeiro médio diário da B3 neste ano, um percentual sem precedentes para a empresa.
“Com a saída da JBS, o mercado perde um de seus principais motores de liquidez. Em um cenário em que o volume total negociado na bolsa brasileira ainda se recupera lentamente — os R$ 19,2 bilhões/dia registrados em 2025 ainda estão bem abaixo do pico de R$ 28,5 bilhões em 2021”, explica a consultoria.
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A JBS também deixará um espaço considerável em termos de valor de mercado. Em 2025, a empresa responde por 1,96% da capitalização total da B3, número próximo aos 2,04% registrados no final de 2024. Desde 2019, sua fatia de mercado esteve consistentemente acima de 1%, tendo atingido o menor patamar em 2023, com 1,19%.
Segundo a Elos Ayta, a retirada da JBS da B3 ocorre em um momento delicado para o mercado brasileiro. Desde 2021, o volume financeiro da bolsa vem diminuindo ano após ano, atingindo o menor patamar em 2024 (R$ 18,8 bilhões/dia). A leve recuperação em 2025 (R$ 19,2 bilhões) ainda está longe de compensar a perda de tração estrutural.
Nesse contexto, a saída de uma empresa que alcançou participação de mais de 2% do mercado — algo raro mesmo entre as blue chips — aprofunda um desequilíbrio já existente: menos liquidez, menos atratividade, menos profundidade de mercado.