Mercados

Sanções ao Irã no exterior não impedem novo recorde do Ibovespa

24 jun 2019, 18:48 - atualizado em 24 jun 2019, 18:48
O Ibovespa fechou estável a 0,05% a 102.062 pontos, renovando o recorde de fechamento

Por Investing.com

A última semana do mês inicia com a confirmação pelo governo chinês do encontro bilateral entre o presidente dos EUA Donald Trump e o líder chinês Xi Jinping durante a cúpula do 6-20 no final de semana no Japão, revertendo o pessimismo dos investidores sobre a possibilidade de um acordo comercial entre os dois países. A expectativa é de que, ao menos, as negociações comerciais entre os dois países sejam retomadas.

Mesmo assim, a cautela predomina, sobretudo após o governo americano ter aplicado sanções contra as autoridades máximas do Irã nesta segunda-feira, em resposta à derrubada de um drone americano pelos iranianos na última sexta-feira.

A contraposição dos dois eventos resultou em um pregão sem direção única nos principais índices mundiais. O receio de que as negociações comerciais entre EUA e China e, principalmente, a tensão geopolítica no Oriente Médio elevaram a busca por ativos de proteção ao risco.

Diante da incerteza externa, o Ibovespa fechou estável a 0,05% a 102.062 pontos, renovando o recorde de fechamento. O principal índice brasileiro operava com uma alta maior até o início da tarde, quando atingiu a máxima intradia de 102.617 pontos, mas as declarações de Trump de impor sanções contra o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, desinibiu os investidores a buscar ativos de maior risco. O volume financeiro negociado foi de R$ 12,5 bilhões, com 53,03% das ações fechando no azul.

O Ibovespa destoou do índice ishares MSCI dos mercados emergentes. O ETF negociado em Nova York fechou em baixa, mas estável, de 0,09%. O dólar também não teve variação significativa em relação ao real, encerrando o pregão estável com alta de 0,07% a R$ 3,8265.

No exterior, o índice dólar, que é uma média ponderada do dólar em relação a uma cesta de seis divisas, diminuiu as perdas ao longo do dia com a crescente tensões entre os países, com queda de 0,23% a 96,00. que elevaram a demanda de ativos portos-seguro, entre os quais a moeda americana.

As crescentes tensões geopolíticas impulsionaram a demanda por ativos portos-seguro. O ouro teve uma forte alta de 1,67% a US$ 1.423,55 a onça-troy, também favorecido pela perspectiva de queda de juros nos EUA com o comunicado do Fed na última reunião de política monetária da semana passada indicar grande probabilidade de redução de juros.

O Monitor da taxa de juros do FEd do Investing.com aposta em uma probabilidade de 100% de corte de 0,25 ponto percentual do atual intervalo de taxa de 2,25-2,5% na reunião de julho. No encontro seguinte, as apostas para mais um corte de 0,25 ponto percentual são de 73,8%. Os investidores interpretaram que o Fed está dovish após o presidente Jerome Powell afirmar que a instituição vai tomar as medidas necessária para “sustentar a expansão da economia americana”.

Já em Wall Street, a precaução e a aversão ao risco impuseram queda para S&P 500(0,17%) e Nasdaq (0,24%). Por outro lado, Dow Jones fechou estável com uma leve alta de 0,03%.

Reforma da Previdência

O dia não teve grandes novidades na tramitação da reforma da Previdência no Congresso. A expectativa dos investidores é de apresentação da revisão do parecer do relator na Comissão Especial nesta terça-feira, com a votação na própria Comissão até semana que vem. No entanto, o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) vê chances de o plenário votar a pauta antes do recesso, o que é difícil com a saída do texto na Comissão Especial apenas na semana que vem.

Petróleo
(Imagem: Pixabay)

Petróleo

As provocações entre o Irã e os EUA são catalisadores para determinar uma alta do petróleo. No entanto, a indecisão da Rússia e outros dez países não-membros da Opep de prolongar o corte da oferta até dezembro levou a resultados mistos para os petróleos Brent e WTI.

O WTI, negociado em Nova York, subiu 0,70% a US$ 57,83, enquanto o Brent, referência mundial e cotado em Londres, encerrou com baixa de 0,39% a US$ 64,20.

Ações

ITAÚ UNIBANCO PN (ITUB4) teve baixa de 0,2%. BANCO DO BRASIL (BBAS3) fechou em alta de 0,25%. SANTANDER BR UNIT avançou 0,42% e BRADESCO PN (BBDC4) subiu 0,8%.

BRASKEM subiu 1,9%, segunda maior alta do dia, em meio a expectativas relacionadas ao pedido de recuperação judicial pela controladora Odebrecht que não incluiu a petroquímica.

IRB BRASIL (IRBR3) avançou 1,6% e BB SEGURIDADE desvalorizou-se 0,3%, tendo de pano de fundo relatório da XP Investimentos começando a cobertura do setor com viés positivo e recomendação de compra para ambos os papéis.

SUZANO (SUZB3) ON liderou as altas do dia, mantendo a tendência de alta da última sessão e fechando em alta de 2,25 por cento.

– PETROBRAS PN (PETR4) e PETROBRAS ON (PETR3), caíram 0,1% e 0,4%, respectivamente.

VALE (VALE3) cedeu 0,08%, diante da fraqueza dos preços do minério de ferro na sessão.

CIELO recuou 1,5%, após quatro pregões de alta, período em que acumulou valorização de mais de 10%.

Bitcoin

Após superar os US$ 10 mil na sexta-feira, o bitcoin oscila entre os US$ 10 mil e US$ 11 mil desde sábado, com pico de US$ 11.368 no domingo. Hoje a moeda oscila entre US$ 10.500 e US$ 11 mil.

A principal moeda digital está em uma escalada frenética e é o ativo que mais gerou retorno aos investidores, com ganho acumulado de 187,1% desde 1ºde janeiro. Apesar de analistas alertaram que o rali que iniciou aos US$ 7.888 em 11 de junho poderia ter sua força esgotada, o bitcoin teve apenas um dia de perdas desde 12 de junho.

O recente burburinho em torno do lançamento de moeda digital Libra do Facebook para o primeiro semestre de 2020 foi o último grande catalisador apontado como o fator que impulsionou o interesse de compra. O atual rali é comparado ao frenesi em 2017, quando a maior moeda digital do mundo se aproximou US$ 20 mil no final de 2017, antes de uma forte correção levar o preço aos US$ 3 mil no início deste ano.

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