Comprar ou vender?

Sanepar está em um ambiente de incertezas e precariedades; XP rebaixa recomendação para neutra

29 jan 2021, 15:21 - atualizado em 29 jan 2021, 15:21
Sanepar
Entre as medidas, está a retirada do benefício fiscal com o juros sobre o capital próprio, além da substituição do IGP-M pelo IPCA (Imagem: Youtube/Sanepar)

A XP Investimentos rebaixou a recomendação da Sanepar (SAPR11) de compra para neutra, com preço-alvo de R$ 24,5, antes em R$ 30, o que implica potencial de valorização de 11%.

A mudança foi motivada pela nova política de regulação aprovada pela Agência Regulatória do Paraná (Agepar). A Ágora Investimentos havia rebaixado os papéis da companhia pelo mesmo motivo.

De acordo com os analistas Gabriel Francisco e Maira Maldonado, os anúncios da agência resumem o enorme grau de incertezas e a precariedade do ambiente regulatório que a Sanepar está inserida, “e que tornaram praticamente inviável qualquer tese de investimentos nas ações”.

Entre as medidas, está a retirada do benefício fiscal com o juros sobre o capital próprio, além da substituição do IGP-M (Índice Geral de Preços) pelo IPCA (Índice de Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) para atualizar seu RAB (base de ativos regulatórios) na inflação anual.

“Destacamos como negativa a mudança unilateral e arbitrária pela Agepar dos índices de inflação utilizados para atualizar a parcela gerenciável das tarifas no reajuste de 2020 (de IGP-M para IPCA)”, observam.

Mas é melhor esperar um pouco

Os analistas lembram que após a queda de 18,96% nas ações da Sanepar desde os anúncios no final de dezembro de 2020, seria possível argumentar que os maiores riscos da tese de investimento já foram precificados.

“Na verdade, nós até identificamos potenciais chances de alta para as ações em nossa análise de diferentes cenários para possíveis resultados do 2º processo de revisão tarifária, visto que a consulta pública para o processo continuará até 17 de fevereiro de 2021”, dizem.

Saneamento
Mesmo com a potencial alta das ações, a dupla é enfática ao afirmar que não é possível mais confiar na estabilidade do ambiente regulatório da Sanepar (Imagem: Divulgação/Sanepar)

De acordo com eles, os diversos problemas da Agepar ainda podem ser revistos, o que motiva a corretora a não mudar a recomendação para venda.

Estabilidade comprometida

Mesmo com a potencial alta das ações, a dupla é enfática ao afirmar que não é possível mais confiar na estabilidade do ambiente regulatório da Sanepar após os recentes anúncios, principalmente no que diz respeito aos termos da 2ª revisão tarifária.

“No caso, acreditamos que teria sido melhor que a Agepar tivesse postergado o processo de revisão tarifária do que ter divulgado termos preliminares com incorreções (como no caso do WACC) e inacabados (como no caso da RAB)”, destacam.

Para a dupla, o principal ponto que precisa ser questionado é se um aumento de 2,5% ao ano das tarifas acima da inflação é preço muito alto a se pagar para garantir que os habitantes dos 345 municípios atendidos pela Sanepar tenham o direito a uma prestação adequada de serviços de saneamento.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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