Santander aumenta preço-alvo para Direcional (DIRR3) e dá 4 motivos para comprar a ação

O Santander elevou o preço-alvo das ações da Direcional (DIRR3) de R$ 37 para R$ 43, com recomendação de compra, reforçando a confiança no desempenho da companhia dentro do setor de baixa renda.
A nova projeção representa um potencial de valorização de 19,9% em relação ao preço atual (28 de abril), de R$ 35,87. Com os dividendos projetados, o retorno total estimado pode chegar a 31,1% até o fim de 2025.
A revisão ocorre em um momento de melhora nos fundamentos do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) e de ambiente mais favorável para construtoras com foco em habitação popular.
A Direcional, segundo o banco, está entre as principais beneficiadas pelas recentes mudanças no programa federal, especialmente com a criação da Faixa 4, que amplia o teto de renda familiar para R$ 12 mil e permite o financiamento de imóveis de até R$ 500 mil.
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Os quatro pilares da recomendação do Santander:
1. Valuation atrativo
Apesar do forte crescimento esperado nos lucros — com alta média anual de 23% no lucro por ação entre 2024 e 2027 —, a ação da Direcional segue negociando a múltiplos considerados baixos. O preço/lucro projetado para 2025 está em 7,5x, enquanto o dividend yield estimado é de 11,3%, o que reforça o potencial de retorno para investidores que buscam renda.
2. ROE com forte expansão
O banco projeta um retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) de 38,5% para 2025, uma melhora significativa em relação aos 33% dos últimos 12 meses. O avanço é sustentado pela melhora das margens e maior eficiência operacional, especialmente em projetos com margens superiores lançados nos últimos dois anos.
3. Estrutura financeira sólida
A Direcional conta com um balanço robusto e baixa alavancagem, o que permite financiar o crescimento com segurança. A expectativa é que a empresa continue com um endividamento muito baixo até 2027, equivalente a menos de 30% do que ela gera de caixa operacional.
4. Ambiente competitivo favorável e impulso do MCMV
Segundo o Santander, a Direcional deve se beneficiar da menor concorrência no segmento de baixa renda e do avanço nas condições de financiamento para os compradores. A Faixa 4 do MCMV, recém-criada, melhora significativamente a acessibilidade: além de juros menores (10% ao ano, contra 11% a 12% no crédito SBPE), a possibilidade de amortização pelo sistema Price aumenta a capacidade de pagamento em cerca de 20%.
A companhia já tem um pipeline robusto: cerca de 67% dos estoques atuais são elegíveis para a nova faixa do programa. A expectativa é de aceleração nos lançamentos, com revisões para cima nas estimativas de vendas e margem bruta para 2025 e 2026.
O Santander espera que a Direcional registre lucro líquido de R$ 832 milhões em 2025 e R$ 1,04 bilhão em 2026, altas de 7% e 10%, respectivamente, sobre as estimativas anteriores. As margens brutas ajustadas também foram revisadas para cima, chegando a 40,5% em 2025.
Os lançamentos previstos para 2025 somam R$ 6,6 bilhões (alta de 14,7% em relação a 2024), enquanto as pré-vendas podem alcançar R$ 7,07 bilhões em 2026.
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Apesar do cenário construtivo, o relatório também aponta riscos que podem afetar a tese de investimento:
- Inflação de custos na construção, especialmente em materiais como aço, cimento e cobre;
- Alta nos juros imobiliários em caso de deterioração fiscal;
- Restrição de funding para o MCMV, caso haja mudanças nas regras do FGTS ou saques extraordinários.
Setorialmente, a Direcional se diferencia por operar em um nicho resiliente. Com mais de 30 anos de experiência no segmento de habitação popular, a empresa tem presença nacional e um modelo de construção verticalizado, com uso de formas de alumínio e equipe própria — o que ajuda a controlar custos e ampliar margens mesmo em cenários adversos.