Santander (SANB11) se prepara para retornos ainda maiores, veem analistas; veja destaques do balanço
O Santander (SANB11) divulgou outro resultado sólido, afirmam analistas. No terceiro trimestre, a filial do banco espanhol lucrou R$ 3,7 bilhões, alta de 34% em relação ao mesmo período do ano passado. O número superou as estimativas. A Bloomberg esperava lucro de R$ 3,5 bilhões.
Na abertura do mercado, a ação subia 1,42%. Mas, ao longo, os papéis inverteram o sinal e fecharam com baixa de 5,13%, a R$ 27,39 — a maior queda do Ibovespa nesta terça-feira (29). Acompanhe o Tempo Real.
Além do lucro, outro indicador chamou a atenção. O ROE (retorno sobre patrimônio líquido) avançou nada menos que 4 pontos percentuais, chegando a 17%.
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Apesar disso, o Safra recorda que o número foi impulsionada por impacto de R$ 1,3 bilhão no capital principal decorrente de um novo acordo com a AFABESP (Associação dos Funcionários Aposentados do Banco do Estado de São Paulo) para resolver ações judiciais individuais relacionadas aos bônus semestrais dos aposentados do Banespa.
Excluindo esse impacto, o ROE teria chegado a 16,5%, mas ainda sim acima da expectativa (observando os efeitos positivos não essenciais no lucro líquido).
Para o banco, assim como no segundo trimestre, o resultado positivo do terceiro trimestre foi novamente impulsionado principalmente por menores provisões líquidas, principalmente em recuperações mais altas, mas mantendo a melhora nas tendências de qualidade dos ativos.
A margem líquida (NII) subiu 3,2% no trimestre, correspondendo às estimativas, já que um NII de cliente marginalmente maior (+2,8% no trimestre) compensou um NII de mercado mais fraco (+26% no trimestre).
Outra boa notícia é que as provisões líquidas ficaram abaixo das nossas expectativas, permanecendo estáveis no trimestre em R$ 5.884 bilhões, com o custo do risco também sequencialmente estável em 3,7% de 4,3% no terceiro trimestre.
E embora as despesas tenham ultrapasso um pouco acima das projeções, o EBT (Lucro Antes dos Impostos) ainda superou em 2,5% a expectativa do Safra, melhorando 10,9% no trimestre.
As despesas gerais totalizaram R$ 6,4 bilhões, alta de 2,3% no trimestre e 5,9% no ano. Houve impacto dos acordos coletivos de 2023 e 2024 aplicados sobre a base salarial dos colaboradores.
Caminho para a rentabilidade; vale a compra?
Na visão da XP, o Santander está no caminho certo para entregar resultados ainda melhores no futuro.
Nos últimos trimestres, lembra a casa, o banco diversificou seu mix de financiamento, aumentou sua exposição a clientes de alto nível (Select), melhorou a qualidade do crédito e alcançou um crescimento saudável da carteira por meio de uma atividade comercial eficaz.
“Em nossa opinião, essas conquistas preparam o caminho para que o banco aumente ainda mais sua lucratividade, deixando para trás os dias de ROE abaixo do custo do patrimônio líquido”.
O BTG também continua a ver os resultados do Santander em uma tendência de melhora, com as metas do CEO Mario Leão de melhorar o principado do cliente, a receita de taxas e o financiamento de varejo contribuindo positivamente, reduzindo, em última análise, a ciclicidade do banco.
“Combinado com sua disciplina de crescimento aumentada, isso é um ponto positivo para o caso de investimento de longo prazo”.
Apesar disso, o banco recorda que a potencial deterioração do ambiente macro e spreads mais apertados nos mercados de atacado e de empréstimos consignados sinalizam possíveis desafios para o crescimento no próximo trimestre, possivelmente atrasando a recuperação total de seus ROEs.
“Embora não vejamos as ações como excessivamente caras a 1,2x o PBV (preços sobre o patrimônio) mais recente, especialmente considerando seu recente desempenho inferior em relação ao Bradesco (BBDC4) (negociando a 1x, mas com ROEs (retorno sobre o patrimônio) e mais pressão de crescimento), permanecemos neutros. O Itaú (ITUB4) continua como a primeira escolha entre bancos brasileiros”.