Estados Unidos (EUA)

‘Se Warren Buffett é o melhor do mundo, por que não investe na Selic?’, diz CIO da Avenue

16 jul 2025, 13:37 - atualizado em 16 jul 2025, 13:37
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Daniel Haddad, CIO Avenue (Imagem: divulgação Avenue)

A chamada “armadilha do juro alto” no Brasil, conhecido como o país da renda fixa, pode até transmitir uma sensação de segurança, mas, para Daniel Haddad, executivo-chefe (CIO) da Avenue, não é suficiente para proteger o patrimônio.

“Se Warren Buffett é o melhor investidor do planeta, por que ele não investe na Selic?”, provocou. A pergunta, mais que retórica, reforça a defesa de uma estratégia com exposição global.

Durante o evento Avenue Connection, realizado nesta quarta-feira (16) em São Paulo, Daniel afirmou que não deve haver uma escolha entre aproveitar os juros altos no Brasil ou investir em dólar, mas sim uma estratégia que combine os dois.

“Não estou dizendo para não investir na Selic, mas tem que parar com a ideia de ser um ou outro. Tem que ser um e outro. Existem diversas oportunidades aqui, mas a gente não pode deixar de aproveitar as oportunidades lá fora.”

CDI: vilão ou herói?

Segundo o executivo, nos últimos 10 anos, um valor investido integralmente no CDI brasileiro teve um retorno acumulado de apenas 4% quando observado em dólar.

No mesmo período, se esse mesmo montante tivesse sido aplicado em títulos do Tesouro norte-americano (Treasuries) — considerados os investimentos mais seguros do mundo —, o retorno teria sido de 22%.

“A armadilha do juro alto no Brasil e a falsa sensação de enriquecimento enganam. O CDI no patamar atual não se sustenta, ele vai cair uma hora”, alertou.

Poder de compra e moeda forte

O CIO da Avenue também comentou a recente desvalorização da moeda americana, dizendo que, em vez de causar medo, o movimento deveria incentivar os investidores a aumentarem sua exposição ao exterior.

Além disso, Haddad reforçou que o poder de compra do brasileiro não deve ser medido apenas pela inflação local. Segundo ele, cerca de 18% do consumo no Brasil está atrelado diretamente ao dólar, uma vez que boa parte dos produtos e serviços é dolarizada.

“Até o nosso Banco Central, que é quem controla nossa moeda, guarda dinheiro em dólar. Quanto mais dólar minha empresa tiver, minha gestora tiver, minha família tiver, mais seguro eu vou me sentir.”

O dólar está fraco?

O executivo também abordou a recorrente tese de enfraquecimento dos Estados Unidos. De acordo com ele, essa narrativa circula desde a década de 1970, mas ignora a resiliência da economia americana ao longo do tempo.

“Talvez a gente esteja mais angustiado agora porque o mundo está mais conectado, mas essa história já aparece há décadas”.

Haddad citou crises e choques históricos, como o subprime, escândalos corporativos e os ataques às Torres Gêmeas, para reforçar como os EUA sempre se recuperaram.

“Se falou muito que a China ultrapassaria os Estados Unidos, mas desde 2018, a distância entre os dois países tem ficado maior”.

Na avaliação do CIO, os números mostram que a economia americana segue no centro do mapa econômico.

“O mundo nunca esteve tão conectado com os EUA. Eles representam 25% do PIB global e 30% do consumo mundial. Não faz sentido ignorar quem compra quase um terço do que o planeta produz”, afirmou.

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Jornalista formado pela Universidade Nove de Julho, com MBA em Planejamento Financeiro e Análise de Investimentos. Com passagens pela redação da TV Band, UOL, Suno Notícias e Agência Mural. Também foi líder de conteúdo no time do “Economista Sincero”. Atualmente é repórter no Money Times.
igor.grecco@moneytimes.com.br
Jornalista formado pela Universidade Nove de Julho, com MBA em Planejamento Financeiro e Análise de Investimentos. Com passagens pela redação da TV Band, UOL, Suno Notícias e Agência Mural. Também foi líder de conteúdo no time do “Economista Sincero”. Atualmente é repórter no Money Times.
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