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Se cuida, Shein: Rival que bate chinesa nos EUA já tem data para chegar ao Brasil

28 jun 2023, 17:21 - atualizado em 28 jun 2023, 17:21
Shein Temu e-commerce
Temu já domina a Shein no mercado americano e tem data para chegar no Brasil

A Temu, o e-commerce comandado pelo grupo chinês Pinduoduo (PDD), já está sendo considerada um pesadelo para a gigante varejista Shein. 

Com atuação direta na comercialização de produtos de ticket médio baixo, mercado de ampla atuação da Shein, a Temu entrou ano passado no mercado americano e está atualmente investindo em anúncios de publicidade nos Reino Unido.

Bastou um ano para que o e-commerce saísse do desconhecimento para se tornar uma ameaça legítima ao império da Shein.

De acordo com medições da Bloomberg Second Measure, as transações em cartões de crédito e débito registradas dentro da Temu superaram em 20% o volume medido pela Shein em maio deste ano.

Com a inflação mordendo o orçamento dos consumidores em diversas partes do mundo, a aposta pesada da Temu em produtos de baixo preço acabam conquistando  adeptos.

E não são poucos os consumidores que já possuem contas ativas na Temu: a varejista possui cerca de 900 milhões de usuários na China e, de quebra, é o aplicativo de e-commerce mais baixado em 11 países — incluindo Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França, Itália e Canadá.

Com todo esse embalo, a chinesa planeja desembarcar suas operações no Brasil em dezembro deste ano. 

Como a Temu é diferente da Shein

O sucesso da Temu diante da Shein vem de um simples motivo: produtos ainda mais baratos para categorias como vestimentas e utilidades domésticas, geralmente com qualidade marginal superior ao de seus concorrentes.

Mas não apenas isso. A empresa assume uma política agressiva de produtos sem custo de frete, cabendo aos usuários o pagamento de taxas aos serviços de postagem dos países em que a empresa atua.

Segundo especialistas do mercado, o “segredo” da manutenção de uma operação de tão baixo custo vem da proposta de ligar consumidores e fornecedores diretamente, focando esforços apenas na parte logística.

Também contribui para isso o baixo custo do trabalho executado pelos empregados da Temu na China.

Mas a estratégia de crescimento da Temu não vem sem reveses. De acordo com estimativas do Wired UK, a empresa vem perdendo cerca de US$ 30 por pedido como parte da sua estratégia de quebrar o mercado da Amazon nos EUA.

Shein e Temu já se enroscaram na Justiça

Shein e Timu batalham não somente nas redes sociais, mas também na Justiça norte-americana. No tribunal federal dos Estados Unidos, a Shein acusou a Temu de contratar influenciadores de mídia social para fazer “declarações falsas e enganosas” contra a Shein em suas promoções do site Temu.com.

A SHEIN procura impedir a empresa de usar sua marca para fins de marketing e quer indenizações por vendas que pode provar que vieram de marketing enganoso ou infrator. A Temu pediu ao tribunal que rejeite o processo.

O processo aberto em dezembro no Tribunal Distrital dos Estados Unidos para o Distrito Norte de Illinois alega que a Temu disse a influenciadores de mídia social para fazer comentários depreciativos sobre o varejista e induziu os clientes a baixar o aplicativo Temu usando contas em mídias sociais “impostoras”.

As agora excluídas páginas @SHEIN_DC, @SHEIN_USA_ e @SHEIN_NYC foram criadas em setembro e exibiam o logotipo e o material de marketing da Shein em suas páginas de biografia, de acordo com as capturas de tela fornecidas com o processo da empresa.*

*Com informações da Reuters

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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