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Se descobrir que pagava caro por boi barato, consumidor vai levar outro susto porque vem mais

11 nov 2021, 10:40 - atualizado em 11 nov 2021, 11:50
Preço do boi volta a subir por capacidade de venda aumentada e melhores condições de negociação dos produtores (Imagem: Reprodução / Embrapa)

Se o consumidor comum olhar o preço do boi gordo hoje, coisa que a maioria não o faz, acreditará ter descoberto o porquê do valor da carne não cair no varejo. Mas se ele por pesquisar, aqui no Money Times ou em outras fontes, levará dois sustos.

O primeiro, porque verá que o valor do animal perdeu até R$ 60 em dois meses, e, em menos de uma semana, recuperou quase R$ 50, para chegar nesta quinta (11) na faixa de R$ 300 em São Paulo. Ele continuava pagando caro nos açougues e supermercados para um boi barato.

O segundo será porque perceberá que a carne vai subir mais ainda, ao descobrir, na pesquisa, que se o boi cedeu tudo aquilo pela ausência da China nas importações desde 3 de setembro, imagine com o país retomando as compras, o que certamente acontecerá.

E está com potencial de seguir assim mesmo que o maior importador de carne bovina do Brasil siga parado por mais tempo.

Nesse cenário para poucos entendidos, onde o boi já está chegando próximo do valor de desde o embargo chinês, em 3 de setembro, quando foi tornado público os casos de vaca louca no Brasil, trafega vários indicadores.

Até ontem de manhã, a carne no atacado estava em R$ 18,50 o quilo, saindo de R$ 16,50 no final de outubro, segundo Yago Travagini, da Agrifatto , alimentada pelo aumento da demanda interna (seria o terceiro susto do consumidor?). Hoje já deve ter subido mais um pouco, pelas valorizações do boi na véspera.

A entrada do pagamento do mês mais a capacidade de endividamento melhorada do consumidor assalariado, com a chegada da primeira parcela do 13º até o final de novembro, animaram as vendas.

E os frigoríficos tiveram que ir às compras ofertando mais.

Em paralelo, a redução dos animais de confinamento – “reduziram antes do que os frigoríficos esperavam”, como diz o analista -, os tirou da zona de conforto.

Nessa toada, os produtores já estavam mais encorajados a endurecer, pois houve uma redução dos custos de alimentos para o gado, já que o consumo foi menor por conta do baque na cadeia ocasionado pela retirada da China das importações. Enquanto isso, as chuvas voltando alimentam a esperança de melhora das pastagens até dezembro, em alguns pontos importantes de produção.

Na soma, os pecuaristas ficam propensos a segurar seu boi aguardando melhores preços.

É o caso de Júnior Sidoni, do Pantanal do Mato Grosso do Sul, que há poucos dias, aqui em Money Times , disse que estava esperando uma oferta chegar a R$ 300.

E chegou a R$ 305, acima da média de São Paulo, segundo ele.

“Imagina quando a China voltar”, complementa.

É a pergunta que os consumidores que fazem alguma pesquisa devem estar fazendo.

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Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
giovanni.lorenzon@moneytimes.com.br
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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