Mercados

Se Lula vencer, o que esperar do Ibovespa no longo prazo?

28 out 2022, 16:30 - atualizado em 28 out 2022, 17:03
Lula
Saiba o que esperar do principal  índice brasileiro no longo-prazo, se Lula for eleito presidente (Imagem: Flickr/ Lula Oficial/Ricardo Stuckert)

As eleições presidenciais de 2022 chegam na sua reta final, em meio a um acirramento da disputa entre Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL). O petista ainda mantém liderança na maioria das pesquisas, mas viu a folga que conservou ao longo dos últimos nove meses cair ao menor patamar da série.

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Se confirmada a tendência dos levantamentos,Lula poderá ser reconduzido para um terceiro mandato, após ter governado o Brasil de 2003 a 2010.

Sucesso do Ibovespa depende de rigor fiscal

Ainda que Lula tenha angariado apoio do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, os mercados permanecem desconfiados com o impacto que a agenda econômica de Lula, considerada mais intervencionista do que a de Bolsonaro, teria sobre o desempenho da renda variável no longo-prazo.

Segundo Victor Candido, economista-chefe da gestora RPS Capital, o sucesso do Ibovespa no governo Lula depende da capacidade do ex-presidente em mostrar que o PT não voltará a incorrer nos mesmos erros do passado.

“O empecilho para Lula [com relação ao mercado] é ele não sinalizar claramente que o seu novo mandato será diferente do seu segundo governo e dos anos de Dilma”, explica.

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O aceno à responsabilidade fiscal é considerado crucial para colocar os mercados a bordo do novo governo.

“O controle sustentável da inflação passa pela supressão da dívida pública. E o respeito às regras fiscais é o caminho para que essa fórmula funcione”, aponta Vitor.

Para neutralizar as críticas que chegam à campanha pelo viés fiscal, Lula tem buscado evocar o crescimento médio de 4,1% experimentado pelo país nos anos que esteve à frente do Executivo. Sob a perspectiva dos mercados, entre 2003 e 2010, o Ibovespa teve um salto de 515%.

Petrobras e Banco do Brasil podem ser âncora para Ibovespa

A Petrobras (PETR4) e o Banco do Brasil (BBAS3) foram elencados como as duas principais ações que devem sofrer tanto no curto quanto no longo-prazo.

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Na avaliação de Vitor, ambas as estatais podem ser usadas como instrumentos de políticas públicas que não são do melhor interesse para os acionistas.

O desempenho da Petrobras é peça-chave para o Ibovespa, uma vez que as ações preferenciais e ordinárias da petroleira somadas chegam a compor mais de 15% do volume negociado no índice.

Ainda sobre a petroleira, pesa contra o ex-presidente o fato de que durante os anos petistas, a Petrobras enfrentou problemas relacionados à malversação de despesas em investimentos, representadas por gastos em projetos com baixas taxas de retorno.

Além disso, há a mancha do escândalo de corrupção que afetou a diretoria da empresa à alta cúpula de partidos políticos, incluído o próprio PT.

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O peso das turbulências envolvendo o modelo de negócio da empresa na última década fez derreter o valor da ação da empresa, que só em outubro deste ano conseguiu recuperar o que valia no ano de 2010.

Consumo, educação e construtoras devem se beneficiar no longo-prazo

Por outro lado, a tendência de que sob Lula o Estado brasileiro atue como um indutor de desenvolvimento pode beneficiar uma outra cesta de ações compreendida, segundo análise da Levante Investimentos, pelo setor de consumo, educação e das construtoras.

No caso de ações do consumo — representadas por papéis como Magazine Luiza (MGLU3), Via Varejo (VIIA3), Americanas (AMER3) e Lojas Renner (LREN3) — a possibilidade de que o Auxílio Brasil assuma um valor definitivo de R$ 600 pode destravar uma nova onda de consumo na economia brasileira com impacto direto no varejo.

Já para o caso de ações do setor de educação — como a Yducs (YDUQ3) e a Cogna (COGN3) — devem se beneficiar da volta do FIES (Fundo de Financiamento Estudantil) turbinado. A participação na receita do fundo desses grupos educacionais chegou a ser reduzida em 75%

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Por fim, a chance de que o Minha Casa Minha Vida volte em uma versão atualizada, com taxas de juros mais adequadas, pode alavancar ações do segmento de construtoras e incorporadoras, sobretudo, a MRV (MRVE3), que é líder no mercado brasileiro.

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Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
jorge.fofano@moneytimes.com.br
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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