Fundos Imobiliários

Selic a 11,25%: Fundos imobiliários com retorno de dividendos de até 15,86%

08 nov 2024, 9:27 - atualizado em 08 nov 2024, 9:27
fundos imobiliários - fiis
Veja os fundos que pagam mais que a Selic na média de três anos. (Imagem: Getty Images/ Canva Pro)

Assim como previsto pelo mercado, o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou nesta semana a alta na Selic. A taxa básica de juros saiu do patamar de 10,75% para 11,25% ao ano. Apesar disso, alguns fundos imobiliários ainda entregam retorno acima da atual taxa.

A decisão foi ao encontro das apostas do mercado, que já esperava que os diretores acelerassem o ritmo do aperto monetário para 0,50 ponto percentual (p.p.), diante de uma piora no fluxo de dados e notícias desde a reunião de setembro.

Sobre o futuro da taxa de juros, o Comitê disse que “o ritmo de ajustes futuros na taxa de juros e a magnitude total do ciclo de aperto monetário serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerão da evolução da dinâmica da inflação”.

Como fica o mercado de FIIs neste cenário?

A alta na Selic, de forma geral, tem correlação inversa com o valor dos ativos reais, uma vez que a taxa é um importante instrumento neste mercado.

No entanto, como já mencionado, a alta na taxa de juros veio em linha com as expectativas do mercado, o que faz com que o mercado analise com detalhes o mau momento em que os fundos imobiliários passam. Para Tomaz de Gouvêa, gestor de investimentos imobiliários da MAG Investimentos, o desajuste na política fiscal e a desancoragem das expectativas para a inflação podem pesar.

“Daqui para frente, o que pode afetar negativamente o mercado imobiliário é se o desajuste da política fiscal brasileira, somado a um cenário mais inflacionário advindo da eleição norte-americana, resultar em um ciclo maior e mais prolongado de aperto dos juros locais”, diz o gestor.

Gouvê explica que o mercado imobiliário como um todo é particularmente sensível à taxa de juros, dada sua forte dependência de crédito e a natureza de longo prazo dos investimentos no setor. Desta forma, o aumento do custo do crédito e um ambiente mais inflacionário podem ter efeitos duplamente prejudiciais à demanda por imóveis.

“Por um lado, encarecem o valor dos imóveis devido ao aumento no custo de produção e, por outro, reduzem a capacidade de financiamento dos compradores, que enfrentam parcelas mais elevadas”, pondera.

Em contrapartida, a analista do Itaú BBA, Larissa Nappo, que assina o relatório mensal da casa, diz que, mesmo com um cenário doméstico desafiador, isso gera oportunidades para um posicionamento de longo prazo.

Nappo afirma que ainda não se pode dizer que o pessimismo chegou “ao fundo do poço”, já que o ciclo da alta da taxa de juros está no início, de acordo com a avaliação do mercado.

Mesmo com mais altas no radar, a analista destaca que os principais resultados operacionais do mercado imobiliário estão positivos, com queda de vacância e até aumento dos preços dos aluguéis em certas praças.

FIIs com retorno de dividendos acima da Selic

Com esse cenário posto, o Money Times pediu ao seu colunista Einar Rivero, CEO da Elos Ayta Consultoria e especialista em dados financeiros de mercado, para que listasse os fundos imobiliários que possuem retorno de dividendos acima da Selic atual.

Rivero analisou os FIIs que compõem a carteira IFIX e traçou uma mediana nos últimos três anos para entender qual fundo entregou resultados mais consistentes acima do patamar dos 11,25%. A data base utilizada foi o dia 6 de novembro de 2024.

Código 2022 (%) 2023 (%) 2024 (%) Mediana (%)
CACR11 17,39 17,39 15,86 15,86
RZAK11 19,28 15,46 14,72 14,72
URPR11 16,92 14,67 14,73 14,67
ARRI11 16,80 14,19 13,62 13,62
VGIR11 13,65 14,95 13,13 13,13
KNHY11 13,49 12,86 13,04 12,86
HABT11 12,84 14,33 14,01 12,84
TGAR11 14,17 12,99 14,21 12,84
MFII11 12,71 11,73 15,38 12,71
PORD11 16,28 12,56 12,56 12,56
MCRE11 13,58 17,45 12,33 12,33
HSAF11 14,46 16,13 12,89 12,31
AIEC11 12,13 12,38 15,50 12,13
AFHI11 16,28 13,07 12,11 12,11
CVBI11 13,22 12,63 12,07 12,07
VGHF11 16,43 13,95 11,96 11,96
KNCR11 12,33 13,57 11,83 11,83
XPCI11 12,94 11,98 11,82 11,82
RBRY11 14,10 14,36 11,72 11,72
TVRI11 12,16 11,67 12,75 11,67
SNC11 10,26 13,19 11,57 11,57
OUJP11 11,91 12,01 11,53 11,53
RECR11 13,93 11,52 11,83 11,52
KNSC11 12,79 12,96 11,43 11,43
BTCI11 13,79 12,60 11,42 11,42
VCJR11 13,77 12,29 11,41 11,41
RZAT11 17,22 11,26 14,66 11,26

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Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
juliana.caveiro@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, atua há 3 anos na redação e produção de conteúdos digitais no mercado financeiro. Anteriormente, trabalhou com produção audiovisual, o que a faz querer juntar suas experiências por onde for.
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