Selic a 15%: Manutenção no horizonte reforça atenção ao tom do comunicado do Copom, diz Warren

O mercado já está convencido de que o Comitê de Política Monetária (Copom) deve manter a Selic estável no patamar de 15% na reunião da semana que vem — as Opções de Copom mostram que as apostas em uma manutenção da taxa valem R$ 93,10. O que deve ficar no centro das atenções são a mensagem e o tom da comunicação do Banco Central (BC).
A Warren Investimentos espera que os diretores mantenham um discurso “prudente”, reiterando a necessidade de observar os efeitos defasados da política monetária e a importância de manter os juros em nível restritivo por tempo prolongado. A estratégia é reforçar o compromisso com a convergência da inflação para o centro da meta.
“A ata da reunião anterior já havia deixado claro que o Comitê considera o nível atual suficientemente contracionista e que os efeitos do aperto monetário — rápido e intenso — ainda estão em curso”, dizem os especialistas da casa.
- VEJA MAIS: Com Super Quarta chegando, conteúdo gratuito revela o que fazer com seus investimentos após decisões de juros no Brasil e nos EUA
Desde a última reunião, os dados de atividade mostraram sinais mais claros de moderação, enquanto os indicadores de inflação apresentaram melhora — especialmente os núcleos, com dinâmica e composição mais favoráveis.
A Warren pontua que é natural que o mercado já discuta quando o BC estará em condições de cortar a Selic e, nesse contexto, alguma orientação futura na comunicação da próxima semana, ainda que sutil, seria bem-vinda. No entanto, eles acreditam que só haverá espaço para cortes após o primeiro trimestre de 2026.
Os especialistas afirmam ainda que a conjuntura internacional e o cenário fiscal devem seguir no radar. ” O Copom pode abordar em seu balanço os riscos relacionados às novas tarifas comerciais anunciadas pelos Estados Unidos, inclusive contra o Brasil, destacando incertezas sobre seus efeitos em inflação, atividade e câmbio“, observam.
No campo fiscal, a expectativa é de manutenção do diagnóstico da ata passada, com ênfase nos desafios estruturais do orçamento e na importância da redução de gastos tributários para a sustentabilidade da dívida.