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‘Selic é muito perversa para o nosso setor’, diz Rubens Menin; construção civil faz coro para BC acelerar queda

26 set 2023, 14:35 - atualizado em 26 set 2023, 15:04
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Encontro de representantes de construtoras e incorporadoras fez coro para mais quedas da taxa Selic (Foto: Tulio Vidal/ Divulgação Abrainc)

A taxa básica de juros (Selic) foi o principal assunto entre representantes de construtoras e incorporadoras em um evento nesta terça-feira (26), em São Paulo.

Durante a 6ª edição do Fórum Brasileiro das Incorporadoras 2023, o Incorpora, promovido pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), o setor fez coro por mais quedas da taxa de juros.

No entanto, na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada hoje, o Banco Central (BC) manteve as expectativas de cortes de 0,50 ponto percentual (p.p.) até o fim deste ano. Porém, deixou claro que, por enquanto, há pouco espaço para acelerar os cortes.

Selic é o maior desafio da construção civil

Um dos nomes mais representativos da construção civil, o presidente do conselho de administração da MRV&Co (MRVE3), Rubens Menin, ponderou que a atual taxa Selic “é muito perversa para o setor”.

“Hoje, talvez seja o nosso maior desafio. Nosso setor é de capital intensivo e esse juro pega pesado. Mas quando eu volto no tempo, lá nos anos 1980, as dificuldades eram muito maiores. Podemos falar que estamos em uma pista de asfalto, apesar das dificuldades. Antes, andávamos em estrada de terra esburacada”, disse o executivo.

Ainda assim, Menin mostra-se otimista para o próximo ano com o cenário que se desenha com novas quedas da Selic. “2024 será um ano melhor para o nosso setor. Se nada acontecer, a construção civil será um dos pilares da economia do país”, destacou.

Coro para acelerar queda de juros

O presidente da Abrainc, Luiz França, ponderou que “é preciso” que o Banco Central aja para acelerar a redução da Selic. Além disso, ele defendeu que sejam criados mecanismos para ampliar as fontes de recursos para compradores de imóveis de média renda.

“Juros de um dígito vão permitir que a recuperação da economia em curso não se assemelhe a um ‘voo de galinha’, permitindo vislumbrar um futuro promissor”, comentou França.

Na semana passada, quando o Copom cortou a Selic pela segunda vez seguida consecutiva, em 0,50% p.p., para 12,75%, a Abrainc – que representa mais de 70 incorporadoras -, reforçou que a continuidade na redução de juros é imprescindível para o setor.

Além disso, a porta-voz das incorporadas ressaltou que é necessário minimizar o impacto adverso dos juros elevados no custo de capital das empresas, em especial as que dependem de financiamentos para a concretização de seus projetos.

Burocracia encarece imóveis

No Incorpora, França chamou a atenção para o custo da burocracia, no qual, segundo ele, encarece o preço de um imóvel em quase 10%. O que inclui as taxas de juros em patamares mais altos.

“De 2023 a 2025, a burocracia custará ao país R$ 35 bilhões e quem paga a conta é o comprador. Na média, 9,7% do valor do empreendimento é composto por excesso de burocracia”, ressaltou.

O presidente da Abrainc destacou que o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida (MCMV) “deve e tem que ser tratado como uma política de estado”.

“Essa política que assegurou a construção de 7 milhões de moradias desde 2009, um financiamento de R$ 600 bilhões e a geração de 2,7 milhões, por ano”, enumerou.

Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
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