Mercados

Selic x Ibovespa (IBOV): Veja o que esperar da taxa de juros e potencial impacto nas ações

23 jan 2024, 16:43 - atualizado em 23 jan 2024, 16:43
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Primeira reunião do Copom de 2024 ocorre em 31 de janeiro; é esperado mais um corte na Selic (Imagem: Getty Images)

A primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) irá ocorrer na próxima semana, em 31 de janeiro, e as apostas são de mais um corte na taxa básica de juros, para 11,25% ao ano.

Desde agosto de 2023, o Copom já realizou quatro reajustes de 0,50 ponto percentual (p.p), levando a taxa básica de juros de 13,75% para 11,75% ao ano. Em sua última reunião, o grupo adiantou que novos cortes da mesma magnitude estavam previstos.

O mercado não deve ser pego de surpresa na próxima reunião. No entanto, não é só o cenário dos juros no Brasil que está no radar dos investidores. A continuidade do movimento das taxas ao redor do mundo está ligando alerta de atenção, com destaque para o forte aperto monetário promovido pelos bancos centrais nas principais economias do mundo, principalmente os Estados Unidos.

O contexto internacional vem inclusive impactando o ritmo observado no cenário doméstico. O analista Fernando Siqueira, da Guide Investimentos, destaca que a falta de clareza com relação à trajetória dos juros nas economias desenvolvidas atuou como impedimento para uma redução mais acentuada da taxa básica de juro brasileira.

Nesse sentido, Siqueira destaca que o processo de normalização monetária deverá seguir ao longo de 2024, com expectativa de que a Selic feche o ano em 8,75% a.a.

“Tendo esse cenário em vista, a nossa recomendação de alocação deve seguir mais pesada em ativos que se beneficiem da queda das taxas de juros, tanto na renda fixa como na renda variável”, destaca.

O que esperar de Selic x Ibovespa

Fernando Siqueira destaca que a Guide enxerga um amplo espaço para que o Banco Central continue com o ritmo de cortes na taxa Selic, ainda que o ritmo siga no passo de 0,50 p.p.

“A rigidez das expectativas de inflação, olhando tanto 12 meses à frente como para prazos mais longos (2025 e 2026, por exemplo), é o principal impedimento para uma aceleração do ritmo de cortes na nossa visão”, destaca.

Ele explica que esse fenômeno ocorre por conta da continuidade no processo de desinflação vivido no país em função da manutenção de incertezas tanto internas quanto externas, que se colocam como riscos para o atual processo de afrouxamento monetário.

Quando se trata do Ibovespa (IBOV), Siqueira destaca que 2024 será marcado por dois principais pontos: queda de juros e desaceleração econômica.

Ele aponta que períodos de quedas de juros foram historicamente positivos para os investimentos, incluindo ações, além de renda fixa pré-fixada, fundos imobiliários, entre outros, e que este ano não deve ser diferente.

No entanto, o analista avalia que, até o momento, a redução dos juros teve pouco impacto no mercado. “Particularmente, não vimos entrada de recursos nos fundos de ações e fundos multimercados”, aponta.

Apesar disso, avalia que a situação deve mudar ainda neste ano, especialmente com a redução esperada da Selic para abaixo de 10%, o que deve ocorrer na reunião de junho.

Otimismo para o mercado em 2024

Siqueira explica que há otimismo para melhor desempenho do mercado neste ano, sendo que a redução do volume de ofertas é apontado como ponto relevante. Ele destaca que, com a redução dos juros em 2019 e 2020, houve recorde de ofertas, o que parece ter influenciado negativamente o desempenho do mercado nos anos seguintes.

“O que estamos vendo nos últimos anos (2022/23) é exatamente o inverso: as ofertas de ações “secaram”; as poucas que vieram ao mercado foram de empresas com endividamento elevado ou algum outro problema que forçou uma capitalização”, explica.

Além disso, ele aponta que os lucros das empresas estão crescendo, o que sustenta a expectativa de recuperação do mercado de ações, visto que, além do bom desempenho econômico, os lucros vêm crescendo devido à redução da pressão inflacionária.

Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Foi redatora na área de marketing digital por 2 anos e ingressou no Money Times em 2022.
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