Tarifas do Trump

Com tarifas, BTG Pactual diz que é hora de pensar em “contenção de danos” para WEG (WEGE3) e Embraer (EMBR3)

28 jul 2025, 12:18 - atualizado em 28 jul 2025, 13:08
Trump tarifas eua morning agenda ibovespa wall street
Os analistas do BTG Pactual consideram que Embraer pode perder competitividade nos EUA e WEG pode transferir a produção para o México (Imagem REUTERS/Dado Ruvic/Imagem ilustrativa)

As tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros à importação nos Estados Unidos estão previstas para entrar em vigor na próxima sexta-feira (1º) se nada mudar, e as exportadoras brasileiras devem ser as mais impactadas — como WEG (WEGE3) e Embraer (EMBR3).

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Sem provas concretas de avanço nas negociações do Palácio do Planalto com a Casa Branca, os analistas do BTG Pactual avaliam que já é hora de pensar na “contenção de danos”. 

Além da instabilidade geopolítica, as companhias também estão expostas às condições macroeconômicas locais. 

“Dinâmicas econômicas negativas, como fraco crescimento do PIB, aumento da inflação e aumento das taxas de juros, podem prejudicar os resultados” escreveram Fernanda Recchia, Lucas Marquiori, Samuel Alkmin e Marcel Zambello em relatório divulgado na última sexta-feira (25). 

Impactos na Embraer

Na visão deles, as alternativas de mitigação dos impactos para Embraer são “menos óbvias”. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Embora tarifas maiores para outras regiões (como a União Europeia) também reduzam relativamente a pressão sobre a Embraer, o primeiro impacto deverá impactar a aviação executiva, pois a Embraer US é a entidade legal responsável pelas importações e, portanto, pelo pagamento da tarifa”, afirmaram os analistas no relatório.

Já no caso da aviação comercial, a taxa de importação deve recair diretamente sobre os clientes, acrescentaram os analistas. 

O BTG Pactual também afirma que, no segmento da aviação executiva, a Embraer pode “simplesmente” perder competitividade frente a plataformas produzidas nos EUA —  como Gulfstream da General Dynamics ou Cessna da Textron  — ou por fabricantes de países com tarifas mais baixas, como a Bombardier. 

A fabricante brasileira já estima um custo total de mais de US$ 400 milhões por ano, caso a tarifa seja efetivamente implementada. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Consideramos que o guidance para 2025 perde validade num cenário com tarifa de 50% – o que deve ser a grande dúvida nos resultados do segundo trimestre”, destacaram os analistas do banco. 

Alternativas para WEG 

Caso as tarifas de 50% sejam implementadas, os analistas do BTG Pactual veem maior risco nas exportações de motores elétricos fabricados pela WEG para o território norte-americano.

“Estimamos que as exportações de motores de baixa tensão da WEG para os EUA alcancem até R$ 2 bilhões, e que o aumento da tarifa de 10% para 50% implicaria em custo adicional de cerca de R$ 809 milhões por ano”, dizem os analistas do banco em relatório. 

Na teleconferência dos resultados do primeiro trimestre (1T25), em abril, a companhia afirmou que os planos de investimentos não mudariam com as tarifas impostas por Donald Trump, mesmo com o esforço já em curso para a expansão de ativos no México e nos EUA. Na época, o cenário era de implementação de uma tarifa de 10% sobre os produtos brasileiros.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Por outro lado, a equipe do BTG Pactual avalia a possibilidade de a WEG transferir a produção do Brasil para o México, aproveitando a proteção do USMCA, como uma alternativa “paliativa”. 

Outra opção seria expandir a produção da Marathon — que foi adquirida pela fabricante brasileira em setembro de 2023 — nos EUA, ainda que isso venha demandar mais tempo, já que as duas empresas fabricam produtos distintos. 

“Há ainda preocupação com participação de mercado, dado que a WEG abastece principalmente os EUA a partir do Brasil e da recente aquisição da Marathon — que ainda precisa de tempo para ganhar escala.” 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Compartilhar

WhatsAppTwitterLinkedinFacebookTelegram
Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar