Eleições 2022

Sem presidência e sem apoio do partido: Como Doria foi de aposta do PSDB a ex-candidato

23 maio 2022, 16:16 - atualizado em 23 maio 2022, 16:16
João Dória Desiste
João Dória ganhou destaque no cenário nacional por sua gestão durante a pandemia no Governo de São Paulo (Imagem: Shutterstock/Ettore Chiereguini)

O ex-governador de São Paulo, João Doria, anunciou no início da tarde desta segunda-feira (23) que desistiu de concorrer à Presidência da República.

Nos últimos meses, o candidato pelo PSDB sofria com resistências internas de seu partido, o que culminou em sua saída da corrida pelo Planalto.

Confira a retrospectiva do empresário paulista da saída do Governo de São Paulo até sua desistência de se tornar presidente do Brasil:

Doria vence prévias do PSDB

Em novembro de 2021, pela primeira vez desde sua fundação, o PSDB realizou prévias para escolher seu candidato para pré-candidato à Presidência da República.

Concorreram na disputa João Doria, na época governador de São Paulo, Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, e Arthur Virgílio Neto, ex-prefeito da cidade de Manaus. O empresário paulista venceu com 53,99% dos votos.

Saída do Governo de São Paulo

Em 31 de março, João Doria oficializou sua saída do Governo do Estado de São Paulo em um pronunciamento no Palácio dos Bandeirantes, na capital paulista.

Após a declaração, o político afirmou que manteria sua candidatura para Presidência da República pelo PSDB.

O vice-governador, Rodrigo Garcia, assumiu a gestão em seu lugar e declarou que disputaria a permanência pelo cargo nas eleições de 2022.

Conflitos no interior do PSDB

Logo após perder as prévias de seu partido mesmo com 44,66% dos votos, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, ameaçou deixar o PSDB e se candidatar a presidência pelo PSD, de Gilberto Kassab.

O episódio revelou grandes divergências presentes no interior do partido tucano e acentuou – ainda mais – as objeções da liderança do partido com relação à candidatura de João Doria.

“Terceira via” anuncia candidatura única

No início de abril, o MDB, União Brasil, Cidadania e PSDB anunciaram que apresentariam um candidato única para “terceira via”.

A ideia dos partidos era viabilizar um opositor com força eleitoral suficiente para combater o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula nas eleições à presidência.

Na ocasião, João Doria declarou que “não prioriza” sua candidatura em vista da construção de uma opção alternativa aos eleitores brasileiros.

Em carta, Doria “ameaça” presidência do PSDB

Em carta ao presidente do PSDB, Bruno Araújo, João Doria afirmou que não desistiria de sua candidatura à presidência e declarou que poderia judicializar a situação caso o resultado das prévias do partido não fossem respeitadas.

O episódio aconteceu após o ex-governador apresentar um mal desempenho nas pesquisas eleitorais e correligionários do PSDB demonstrarem insatisfação com a escolha do político para disputa pelo Planalto.

Doria desiste da disputa pela Presidência da República

Em 23 de maio, após rumores de que aliados de João Doria iriam recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) caso o político paulista não fosse candidato pelo PSDB, o ex-governador de São Paulo anunciou, ao lado do presidente de sua sigla, Bruno Araújo, que desistiu de sua candidatura à Presidência da República.

Durante o pronunciamento feito na Zona Sul de São Paulo, Dória afirmou que se retira da disputa “com o coração ferido e a alma leve”.

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Estagiário
Estudante de jornalismo na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Foi tradutor no Programa de Voluntários Internacionais da ONU durante dois anos. Na universidade, desenvolve pesquisas em Linguagem e História do Pensamento Social Brasileiro. Escreve sobre tecnologia, ciência, conflitos e assuntos internacionais.
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