STF

Senador diz que colherá assinaturas para CPI sobre contrato do Banco Master com mulher de Moraes

23 dez 2025, 8:52 - atualizado em 23 dez 2025, 8:52
Alexandre de Moraes - Julgamento Jair Bolsonaro
O ministro do STF Alexandre de Moraes (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O senador Alessandro Vieira (MDB) afirmou que vai coletar assinaturas, após o recesso parlamentar, para a abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar denúncias envolvendo um contrato entre o Banco Master e o escritório da família do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.

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Segundo o parlamentar, o acordo, estimado em R$ 129 milhões, estaria “fora dos padrões da advocacia” e envolve ainda suspeitas de “atuação direta do magistrado” em favor da instituição financeira.

Procurado, Supremo Tribunal Federal não havia retornado o contato da reportagem do Estadão até a publicação deste texto. O espaço segue aberto a manifestações.

“Após o recesso vou coletar as assinaturas para investigação de notícias sobre um contrato entre o banco Master e o escritório da família do ministro Moraes, de 129 milhões de reais, fora do padrão da advocacia, além desta notícia de atuação direta do ministro em favor do banco”, escreveu Vieira em publicação no X (antigo Twitter).

O senador destacou que as informações são “gravíssimas” e exigem apuração. “É necessário apurar a veracidade, pois caso confirmadas são absolutamente incompatíveis com a magistratura”, afirmou.

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O senador compartilhou a denúncia da colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo. Segundo a jornalista, Alexandre de Moraes teria procurado o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, para fazer pressão em favor do Banco Master. A colunista afirma ter ouvido seis fontes sobre o episódio.

De acordo com a colunista, foram feitos três contatos por telefones e um encontro teria se dado presencialmente com Galípolo. Em um deles, o ministro teria pedido que o Banco Central aprovasse o negócio a compra do Master pelo BRB.

Na ocasião, a venda havia sido anunciada pelas instituições, mas estava pendente de autorização da autoridade monetária. Nem Moraes nem o presidente do BC se manifestaram sobre as afirmações.

Ainda de acordo com a apuração, o Banco Master firmou contrato com a advogada Viviane Barci de Moraes, mulher do ministro, prevendo que o escritório da família atuasse na defesa dos interesses da instituição e de Daniel Vorcaro junto ao Banco Central, à Receita Federal e ao Congresso Nacional.

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O contrato foi assinado em janeiro do ano passado e estabelecia pagamento de R$ 3,6 milhões por mês durante três anos. Caso fosse cumprido integralmente, o escritório Barci de Moraes Associados receberia cerca de R$ 129 milhões até o início de 2027.

Vorcaro é investigado por fraudes no Master

O controlador do Banco Master, Daniel Vorcaro, chegou a ser preso por 11 dias em novembro. Ele foi solto, com uso de tornozeleira eletrônica, por decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). Vorcaro e outros quatro executivos são investigados pela Polícia Federla por crimes financeiros na gestão do Banco Master.

Na última semana, o ministro Dias Toffoli determinou a retomada das investigações que miram um esquema de fraude financeira no Master.

No despacho, ele pediu que a realização de oitivas de executivos do Banco e de dirigentes do Banco Central, além de liberar que o delegado responsável pelo caso requisite medidas como quebras de sigilo fiscal e telemático dos réus mediante justificativa. Antes, Toffoli já havia avocado o caso para o STF e determinado sigilo no processo.

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Além disso, Toffoli retirou da CPI do INSS dados bancários e fiscais de Daniel Vorcaro.

O ministro do STF determinou que informações oriundas das quebras de sigilos solicitadas pela comissão deverão ficar sob cuidados de Davi Alcolumbre, presidente do STF. Na ocasião, presidente da CPI, Carlos Viana, afirmou que a decisão é ‘grave’, ‘estranha’ e enfraquece investigação.

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