ImóvelTimes

Será que os mercados de compra e locação de imóveis são perfeitos substitutos?

23 jun 2022, 12:28 - atualizado em 23 jun 2022, 12:33
Imóveis
Para locar um imóvel há comprometimento financeiro e emocional, porém muito menor do que para a compra (Imagem: USP Imagens/Marcos Santos)

Segundo dados do índice FipeZap de Locação Residencial, alugar um imóvel ficou 11,11% mais caro em um ano; este indicador monitora a variação de aluguéis em 25 cidades brasileiras, muito próximo da inflação oficial medida pelo IPCA, que foi de 11,73% nos últimos 12 meses.

Em economia, perfeitos substitutos são aqueles bens e serviços que atendem de forma muito próxima às necessidades e desejos dos consumidores. São aqueles que se um sofre aumento de preço ou falta, o outro será facilmente adotado para substituição.

Em muitos textos vemos a compra do imóvel assim como a locação considerados bens substitutos.

Para locar um imóvel há comprometimento financeiro e emocional, porém muito menor do que para a compra.

Para a compra será necessário o investimento entre 20% e 30% da renda familiar por longos períodos como 20 a 30 anos. Para locação se compromete entre 20% e 30%, mas por um curto período como 18 a 30 meses, prazo usual dos contratos de locação.

Caso compre, se errar na escolha do bem, localização ou se ocorrer alguma mudança súbita na vida do comprador, como perda ou mudança de emprego, estado social, vinda de filhos etc, se revela mais arriscado ter comprado, menos se tiver locado, pois foram menores os riscos assumidos, daí o emocional menos sobrecarregado para locar do que comprar.

Mas há também aqueles que relacionam os dois mercados como substitutos sob uma abordagem financeira, pois tendo vencido as questões mais básicas para decisão de compra ou locação como visto acima, vem as questões financeiras: Pagar parcela de financiamento ou aluguel? Qual o yield (rendimento) se aplico capital e loco e se não aplico e compro?

Sabemos que o mercado de locação vai apresentar melhor ou pior retorno para o locador tendo em vista a oferta e demanda por este serviço em especial.

Queda em unidades vagas disponíveis para locação – que sobe a pedida do valor do aluguel, queda das taxas de juros – que fazem o valor da parcela de compra cair e ficar mais próxima do valor de locação, melhora do cenário econômico – que permite às famílias melhor estabilidade financeira e programação da compra, fazem com que diminua a demanda por locação. O inverso é verdadeiro.

Assim, os mercados de compra e locação se não são perfeitos substitutos, guardam sim intimidade entre si.

Professor coordenador do curso Desenvolvimento de Negócios Imobiliários do PEC-FGV. Engenheiro Civil pela Escola Politécnica da USP (1989), mestre em Administração de Empresas com ênfase em Economia pela EAESP/FGV (2001) e doutor em Administração de Empresas com ênfase em Marketing pela EAESP/FGV (2008). Atua há mais de 25 anos nas áreas financeira e administrativa de construtoras e incorporadoras. Atualmente dirige uma importante patrimonialista imobiliária.
Linkedin
Professor coordenador do curso Desenvolvimento de Negócios Imobiliários do PEC-FGV. Engenheiro Civil pela Escola Politécnica da USP (1989), mestre em Administração de Empresas com ênfase em Economia pela EAESP/FGV (2001) e doutor em Administração de Empresas com ênfase em Marketing pela EAESP/FGV (2008). Atua há mais de 25 anos nas áreas financeira e administrativa de construtoras e incorporadoras. Atualmente dirige uma importante patrimonialista imobiliária.
Linkedin