Setor elétrico em risco? BTG corta preço-alvo de 3 ações e faz alerta
A equipe do BTG Pactual alertou que, caso a Medida Provisória (MP) 1.304 seja aprovada como está, os preços-alvo para as ações das principais distribuidoras de energia elétrica teriam de ser reduzidos. Segundo o banco, os valores passariam de:
- Equatorial (EQTL3): R$ 46 para R$ 42
- Energisa (ENGI11): R$ 66 para R$ 60
- Neoenergia (NEOE3): R$ 39 para R$ 36
Em relatório, a casa classificou o texto da MP como negativo e afirmou que o conteúdo ficou “aquém das expectativas”.
Um dos principais pontos de críticas foi a inclusão do repasse dos benefícios fiscais da Sudam e Sudene aos consumidores — uma medida que, na visão do BTG, traz efeitos adversos para todas as partes envolvidas.
“A inclusão de última hora do repasse do benefício Sudam e Sudene roubou a atenção e trouxe de volta um fantasma do passado. Foi um projeto de lei negativo para o setor. Esperamos mudanças no texto e algum ruído enquanto as alterações são discutidas.”
E os ruídos já se instalaram: ontem (28), após a divulgação do parecer da MP, as ações de Equatorial, Energisa e Neoenergia estiveram entre as maiores quedas, com -3,48%, -3,29% e –1,97%, respectivamente.
No pregão de hoje (29), por volta das 14h30 (horário de Brasília), os mesmos papéis apresentavam recuperação, subindo 1,30%, 2% e 2,4%.
Sudam e Sudene
O benefício da Sudam e Sudene permite que distribuidoras de energia elétrica que operam no Norte e Nordeste paguem uma alíquota reduzida de Imposto de Renda (IR) e Previdência Social, de cerca de 15%, bem abaixo do padrão de 34%.
O objetivo é incentivar investimentos nessas regiões e, segundo a corretora Ágora, vem sendo “historicamente crucial para fomentar o crescimento econômico em áreas menos desenvolvidas”.
Em seu relatório, o BTG destaca que o argumento político a favor do repasse do benefício para as tarifas é a redução estimada de 2,1% nas tarifas finais.
O banco ressalta, no entanto, que os incentivos fiscais dessas regiões também geram passivos, já que os ganhos são retidos e devem ser reinvestidos na própria região.
“Pelo texto, as empresas podem optar por renunciar aos benefícios para liberar seus recursos. Se for esse o caso, os consumidores não seriam beneficiados, e as concessões e os estados perderiam capex, enquanto as companhias sofreriam valor presente líquido (VPL)”, aponta o relatório.
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A equipe do Bradesco BBI segue a mesma linha do BTG, avaliando que a eventual eliminação do benefício Sudam e Sudene teria impacto negativo para as principais distribuidoras.
O banco estima uma queda de -15% no VPL da Energisa, -10% no VPL da Equatorial e –15% no VPL de Neoenergia.