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Até 8% do lucro: Medidas do governo pegam ações do setor financeiro, diz JPMorgan; veja quais

12 jun 2025, 13:24 - atualizado em 12 jun 2025, 13:24
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O pacote faz parte do esforço do governo para encontrar alternativas após a alta do IOF cair por terra (Imagem: Reprodução/B3)

O setor financeiro não passará impune à fome do governo por receitas, afirma o JPMorgan em relatório. Frequentemente percebido pelos políticos como a solução para os desafios fiscais, as alíquotas de alguns segmentos subirão.

Na noite da última quarta-feira (11), a equipe econômica de Fernando Haddad publicou uma medida provisória que prevê, entre outras coisas, o aumento da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) e do Imposto de Renda.

O pacote faz parte do esforço do governo para encontrar alternativas após a alta do IOF cair por terra.

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No relatório, o JPMorgan cita pelo menos três ações. Veja abaixo:

B3 será atingida

A taxa de imposto legal passará de 34% para 40%, o que foi uma surpresa na visão do JPMorgan, já que historicamente a empresa conseguiu manter a taxa de imposto padrão.

“Embora as empresas tendam a repassar os aumentos de impostos por meio dos preços, acreditamos que há uma pressão maior sobre a B3 (B3SA3) ultimamente, devido ao ambiente competitivo”, afirma.

Na bolsa, a B3 caía 1,66%, a R$ 13,02. Já nas últimas cinco sessões, a queda somava 4,41%.

“Nossas estimativas de alto nível implicam um impacto de 7% a 8% no lucro por ação, assumindo que não haja medidas para compensá-lo”.

Nubank

O roxinho também deverá sentir alguns impactos. Nos cálculos dos analistas, haverá aumento na alíquota de 34% para 40%.

“Observamos que a maior parte dos lucros atuais no Brasil vem da empresa financeira, visto que a licença de propriedade intelectual é principalmente um centro de custos”.

Em resumo: para o JPMorgan, o aumento de cinco pontos percentuais para o Nubank (ROXO34) pode significar impostos mais altos sobre a financeira, o que, no líquido, deve gerar um impacto de 5% a 7% no lucro por ação no nível da holding, com base nos lançamentos de 2024.

A ação caía 3,88%, a R$ 12,27.

XP

O JPMorgan também cita a XP (XPBR31), embora não tenha certeza se a medida que aumenta a tributação para empresas com holdings no exterior atinge diretamente a companhia.

“Não sabemos ao certo o que o Artigo 36 da MP realmente significa e se isso impactará empresas, mas com ganhos selecionados em investimentos financeiros brasileiros, como XP, Stone (STNE), PagSeguro (PAGS34) e Nubank”.

O artigo menciona que investidores residentes ou domiciliados no exterior estão sujeitos à retenção de Imposto de Renda na fonte, semelhante à aplicável a pessoas físicas no Brasil.

A menos que expressamente previsto em lei, esses investidores devem estar sujeitos a uma alíquota de 25% de IR caso estejam sediados em paraísos fiscais ou países com tributação favorecida — o que, pela definição brasileira, inclui as Ilhas Cayman, país onde estão sediadas muitas dessas estruturas.

“Como resultado, não temos certeza do que isso realmente significa — especificamente, se o Coliseu e outros fundos da XP, atualmente sujeitos à alíquota de 15% de IR retido na fonte, estarão sujeitos à nova alíquota de 17,5% aplicável a investimentos”.

Por outro lado, o JPMorgan afirma que o aumento de impostos para investimentos como debêntures de infraestrutura, Letra Imobiliária Garantida, LCI/LCA (Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio), e CRIs/CRAs (Certificados de Recebíveis Imobiliários e Agrícolas) pode beneficiar a XP.

Isso porque a nova tributação pode provocar uma corrida por novas emissões e maior atividade de negociação.

Além disso, a XP está em desvantagem na emissão desses títulos em relação aos bancões, devido à oferta mais limitada de alguns desses instrumentos.

Os ganhadores: bancões

Na avaliação do JPMorgan, a alta de impostos será neutra para os bancões.

É verdade que a maioria das instituições financeiras possui subsidiárias não bancárias que devem ser afetadas (como Rede, Cielo (CIEL3), empresas de capitalização, entre outras).

Mas alguns créditos fiscais podem compensar os impactos da tributação direta no curto prazo.

“Nossa avaliação inicial é que essa mudança no aumento de impostos é menos negativa para os bancos tradicionais — como Inter (INBR32), BTG Pactual (BPAC11) — e mais negativa para determinados participantes financeiros não bancários”.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
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