Setor vê impacto moderado de tarifas dos EUA sobre café brasileiro

O CEO da JDE Peet’s disse nesta quarta-feira (30) que os preços do café dos Estados Unidos teriam de subir se as ameaças de tarifas do presidente Donald Trump sobre o Brasil incluírem o café do maior exportador do mundo.
No entanto, o impacto direto das tarifas dos EUA sobre os negócios de café Jacobs seria pequeno, disse o CEO Rafael Oliveira a analistas em uma conferência de resultados.
Trump disse no início do mês que aumentaria as tarifas sobre as importações brasileiras para 50%, a partir de 1º de agosto, o que levou o governo brasileiro a pedir à administração dos EUA que excluísse os produtos alimentícios.
O secretário de comércio dos EUA, Howard Lutnick, disse na terça-feira que produtos não cultivados nos EUA, incluindo café e cacau, poderiam ser isentos das tarifas.
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A JDE Peet’s, também conhecida por suas marcas L’Or, Tassimo e Douwe Egberts, está menos exposta a esses riscos do que muitas de suas rivais, uma vez que seus suprimentos são menos dependentes do Brasil e ela não tem planos de mudar de fornecedor.
“A proporção que usamos de café brasileiro é significativamente menor do que a maioria das outras empresas de café… menos de 30% do que consumimos”, acrescentou Oliveira, que se tornou CEO da empresa holandesa de café e chá em outubro passado.
A JDE Peet’s elevou suas previsões anuais na quarta-feira, depois de divulgar lucros operacionais ajustados semestrais que superaram o consenso, no valor de 709 milhões de euros (US$ 813,33 milhões), graças ao crescimento das vendas que desafiou os altos preços do café.
A alta dos preços do café é uma pedra no sapato tanto dos fornecedores quanto dos varejistas, com a JDE Peet’s sinalizando um aumento médio de 60% nos preços do café verde no primeiro semestre de 2025 em relação ao mesmo período do ano passado.
“Espera-se que a volatilidade dos preços permaneça alta, devido às preocupações com a oferta (…) e à atividade especulativa”, disse a JDE Peet’s em sua apresentação semestral.
Suas ações subiram mais de 11% no início da tarde em Amsterdã.