Economia

Shein, Shopee e AliExpress: Indústria se junta ao varejo contra isenção dos US$ 50

21 jul 2023, 11:10 - atualizado em 21 jul 2023, 11:11
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No final de junho, o governo determinou que as compras de até US$ 50 teriam a alíquota de impostos de importação zerada.(Imagem: REUTERS/Chen Lin)

As varejistas ganharam um aliado de peso na batalha contra os e-commerces internacionais, como as asiáticas SheinShopee e Aliexpress. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima que a isenção para as importações de até US$ 50 tem provocado prejuízo para a economia brasileira.

Segundo as contas da associação, entre 2013 e 2022, as importações de pequeno valor saltaram de US$ 800 milhões para US$ 13,1 bilhões. Esse montante representa 4,4% do total de bens importados em 2022.

Robson Andrade, presidente da CNI, destaca que o alto volume de produtos importados de baixo valor prejudica tanto o comércio quanto a indústria, uma vez que a venda dos produtos nacionais cai. “Só na indústria, a estimativa é de que vamos perder 500 mil empregos, o que representa em torno de R$ 20 bilhões até o fim do ano”, afirma.

A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) também de posicionou contra a isenção das importações de baixo valor. Segundo o grupo, o Brasil deixou de arrecadar mais de R$ 21 bilhões nos últimos três meses devido à isenção do imposto.

“Essa prática coloca o produto comercializado no Brasil em uma enorme desvantagem. Os benefícios para os produtos nacionais e importados precisam ser iguais. Não dá para competir com quem não é taxado”, avalia Flávio Roscoe, presidente da Fiemg.

A federação também estima que, no ano passado, o país deixou de criar 466,3 mil postos de trabalho, não gerou R$ 20,7 bilhões em massa salarial e também não arrecadou R$ 6,4 bilhões em impostos.

Isenção de US$ 50

 

No final de junho, o governo determinou que as compras de até US$ 50 teriam a alíquota de impostos de importação zerada. Até então, a medida seria válida para empresas que ingressarem no plano de conformidade do governo, estando em dia com suas demais obrigações tributárias.

No entanto, parte da equipe econômica quer voltar atrás na decisão. O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Carnevalli Durigan, afirmou que irá discutir uma solução para importações de até US$ 50, que usufruem de isenção.

Dario pontua que a maior preocupação gira em torno da manutenção do emprego no país, considerando o aumento das compras vindas do exterior.

Em estudo entregue à pasta, o Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV) calcula que as importações de pequeno valor (inferiores a US$ 50) somaram de janeiro a maio deste ano R$ 20,8 bilhões.

O Instituto aponta ainda que o total dessas remessas equivale a 4% do total de importações legais do Brasil no mesmo período e a 11% do total de vendas de e-commerce no país em todo o ano de 2022.

Com a isenção, a tendência é que essas importações aumentem, o que, segundo a entidade, pode ameaçar 10% dos empregos formais do varejo.

*Com Lorena Matos

Editora-chefe
Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora-chefe no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
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