Varejo

Shein, Shopee e AliExpress: Varejo brasileiro critica isenção de imposto e prevê demissões e fechamentos de lojas

12 jul 2023, 8:10 - atualizado em 12 jul 2023, 8:10
Shein Shopee AliExpress
Shein, Shopee e AliExpress poderão ter isenção do imposto, se aderirem ao plano de conformidade (Imagem: REUTERS/Dado Ruvic/Ilustração/Arquivo)

As determinações acerca dos tributos aplicados em varejistas estrangeiras, como Shein, Shopee e AliExpress, continuam dando o que falar. Com isso, segue firme a disputa entre as determinações do governo e o varejo brasileiro.

A publicação da Portaria 612/2023, em 30 de junho, zerou a alíquota no Imposto de Importação para compras de até US$ 50, aplicável para envios feitos por pessoas físicas ou jurídicas, a partir de 1º de agosto. O IDV (Instituo para Desenvolvimento do Varejo) classifica a determinação como “extremamente grave”.

“Essa medida está causando preocupação no setor, que se prepara para uma onda de demissões e fechamentos de lojas, penalizando as empresas nacionais, de todos os portes, que geram empregos formais e pagam seus impostos”, disse em nota.

O instituto, que reúne mais de 60 empresas como Magazine LuizaAmericanas, defende que exista igualdade em relação às facilidades de benefícios fiscais. Ele também destaca que, se mantida a tributação federal zerada sobre as importações, é preciso, ao mesmo tempo, aplicar a redução da incidência tributária no comércio nacional para o mesmo patamar, ou seja, zero.

“É importante ressaltar a desigualdade presente nesse cenário. Enquanto uma compra feita por meio de plataforma digital de venda cross-border será tributada em 17%, a indústria e o comércio brasileiros continuarão sujeitos a uma carga fiscal que varia de 80% a 130% em toda a sua cadeia produtiva e de distribuição”, argumentam.

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Shein, Shopee e AliExpress: como vai ficar o imposto?

A Portaria 612/2023 determina a isenção em encomendas internacionais de até US$ 50 enviadas para pessoas físicas, tanto por outra pessoa física ou por outra pessoa jurídica. Dessa maneira, Shein, Shopee e AliExpress estão aptas a usufruir da isenção.

No entanto, o texto destaca que a alíquota zero é aplicável apenas se as empresas atenderem aos requisitos do programa de conformidade, inclusive o recolhimento do tributo estadual incidente sobre a importação.

Em reunião do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), os Estados concordaram em fixar a alíquota de ICMS em 17%.

Dessa forma, com a alíquota única, o governo defende que é possível unificar a cobrança dos impostos em uma só nota. A unificação também tem potencial de facilitar o desembaraço aduaneiro das mercadorias.

É válido reforçar que é preciso que a empresa participe do plano de conformidade e esteja em dia com as obrigações tributárias. Caso contrário, todas as compras, independentemente do valor, serão taxadas. O imposto de importação é de 60% sobre o valor da mercadoria.

IDV aciona Senacon e Correios

Em nota, o IDV destacou que não medirá esforços para defender a igualdade na concorrência entre e-commerces estrangeiros e o varejo brasileiro. “O que, estranhamente, o governo deveria estar fazendo, e não abrindo mão de receita”, pontua.

A estimativa do Instituto é de que os cofres brasileiros tenham deixado de recolher em torno de R$ 137,7 bilhões nos últimos cinco anos.

“Também estamos acionando a Senacon e os Correios e, se necessário, acionaremos outras entidades para exigir que todas as obrigações de um processo de importação sejam cumpridas”, conclui.

Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Foi redatora na área de marketing digital por 2 anos e ingressou no Money Times em 2022.
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