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Shopee x Magazine Luiza (MGLU34): Varejo nacional perde espaço com crescimento de estrangeiras

13 abr 2022, 13:55 - atualizado em 18 abr 2022, 10:03
Shopee
Varejo nacional perde espaço com crescimento de estrangeiras, diz economista (Imagem: Shutterstock/Sergei Elagin)

As compras online vieram para ficar. Com a consolidação do e-commerce, principalmente de empresas estrangeiras, como Shopee e Amazon, as visitas às lojas físicas parecem não ser mais o primeiro lugar de busca dos consumidores brasileiros.

Como reflexo desse novo perfil do consumidor, a varejista Magazine Luiza (MGLU34) — uma das maiores empresas de comércio eletrônico do país — terminou 2021 com prejuízo de R$ 79 milhões no quarto trimestre. A maior parte da receita do grupo, até então, vinha das vendas nas lojas físicas, que caíram cerca de 20% se comparadas ao ano anterior.

Já a Via (VIIA3) — dona das marcas Casas Bahia e Ponto — fechou o ano com prejuízo de R$ 297 milhões.

Para empresas estrangeiras de e-commerce, o cenário foi diferente. Na terça-feira (12), a Shopee, por exemplo, anunciou que alcançou a marca de 2 milhões de lojistas brasileiros em sua plataforma. A informação foi divulgada por Felipe Piringer, diretor de Marketing e Estratégia da empresa, à Folha de S.Paulo.

Com o crescimento exponencial das operações no Brasil, a varejista de Singapura superou companhias de peso no mercado local, como a Magalu.

O economista e assessor de investimentos da Aspen Investimentos, Carlos Lopes, diz que o impacto das empresas estrangeiras no comércio é real.

“Os marketplaces internacionais como o Ali Express e a Amazon cresceram no Brasil no último ano de uma forma predatória, importando produtos sem pagar os impostos que as nacionais pagam, como o ICMS. Já as empresas brasileiras, investiram no comércio online durante a pandemia, pois as lojas físicas ficaram um bom tempo fechadas. Porém, os resultados ainda não chegaram para essas empresas”, completa Lopes.

Ascensão do e-commerce estrangeiro

O prejuízo da Magazine Luiza no quarto trimestre de 2021 não foi bem recebido pelo mercado e, só neste ano, as ações da empresa caíram 15,10%. Agora, empresários de grandes lojas, como o Luciano Hang, dono da Havan, se movimentam na justiça para que os produtos vendidos pelas plataformas internacionais no Brasil sejam tributados.

Outra grande empresa do setor, a Etna, anunciou o encerramento das atividades no final de março. Depois de 17 anos no mercado, a empresa de móveis e decoração vai fechar suas lojas e desativar a loja virtual depois da queima de estoque.

A crise que atingiu a empresa fez com que as lojas físicas começassem a ser desativadas já no ano passado, após ser afetada pela concorrência online.

Em contrapartida, as lojas virtuais de empresas estrangeiras no Brasil estão crescendo exponencialmente. A asiática Shopee registrou 140 milhões de pedidos no país durante o quarto trimestre de 2021 — mesmo período em que a Magalu amargou o prejuízo de R$ 79 milhões. Só no dia do consumidor, 15 de março, a empresa registrou crescimento de 300% nas vendas pela plataforma.

As vendas feitas pela Shopee representam um aumento de 400% se comparado ao mesmo período de 2020. Neste ano, a perspectiva é de que a empresa invista US$ 1,5 bilhão na América Latina, segundo relatório do banco Goldman Sachs.

O aplicativo da loja foi o mais baixado da categoria de compras online no mundo ao longo do ano passado. Já o Brasil, ultrapassou a China e é o segundo país que mais faz downloads de apps do setor de compras.

Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduanda em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
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Editora-assistente no Money Times e graduanda em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Entrou para a área de finanças e investimentos em 2021.
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