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Sinqia e Totvs são as empresas de tecnologia mais subavaliadas da Bolsa, diz gestora SFA

12 maio 2021, 17:32 - atualizado em 12 maio 2021, 18:31
Olho do dono: SFA é a maior investidora da Sinqia, com 8,13% do capital (Divulgação/Sinqia)

A Sinqia (SQIA3) e a Totvs (TOTS3) são as empresas de tecnologia mais subavaliadas da Bolsa, segundo a SFA Investimentos. Em parceria com a venture capital Astella, a gestora conduziu um estudo sobre as companhias que oferecem softwares as a service (SaaS) listadas no Brasil. O resultado foi divulgado nesta quarta-feira (12) na sua carta de gestão do 1º trimestre.

“Entendemos que ambas as companhias possuem management de altíssima qualidade e desenvolvendo estratégias em linha com as discutidas nesta carta, o que nos leva a conclusão de que são companhias com alto potencial de valorização no futuro”, afirmam a SFA e a Astella.

É preciso lembrar que a SFA é, atualmente, a maior investidora da Sinqia, cujo capital é pulverizado. Segundo o site da B3, a gestora possui atualmente 8,13% da companhia. Como seu capital é representado por 70,5 milhões de ações ordinárias, a fatia da SFA corresponde a 5,7 milhões de papéis.

Considerando-se que cada ação da Sinqia fechou ontem (11) cotada em R$ 23,97, a posição mantida pela SFA na empresa valeria no mercado cerca de R$ 137,5 milhões. No total, a SFA possui um patrimônio de R$ 500 milhões sob gestão.

Critérios

Para justificar a tese de que sua investida e a rival Totvs estão subprecificadas, a gestora e a Astella se basearam em alguns indicadores. O primeiro é a chamada “Regra dos 40”, métrica popular entre venture capitals e gestores que investem em papéis de tecnologia.

Simplificando, ela determina que o percentual de crescimento das receitas, somado à margem ebitda, seja de, pelo menos, 40%. Assim, se enquadrariam nessa regra, tanto uma empresa cuja receita cresceu 40%, mas zerou a margem ebitda, quanto outra que elevou em 20% as receitas e também apresentou margem ebitda de 20%.

No caso da Sinqia, quando se consideram as projeções para 2021, essa soma chega a 77%. Para a Totvs, fica em 38%. O problema é que, quando comparadas com pares estrangeiras com resultados parecidos, a subavaliação fica evidente, segundo a carta da gestora.

Isto porque, para a Sinqia, a relação VE/Vendas 2021 (valor da empresa sobre vendas estimadas para 2021) fica em 4,8 vezes, muito abaixo das 23 vezes com que as pares negociam no exterior. Para a Totvs, com relação de 5,2 vezes, a comparação também é com o múltiplo de 23 vezes.

Herança

“Entendemos que, o que impede essas companhias de atingirem múltiplos ainda mais altos, estão relacionados à compreensão dos desafios de gestão do legado enquanto se constroem novas ofertas com maior potencial de crescimento, GTM mais ágeis e perfil de receita mais escaláveis”, afirma a SFA.

Outro indicador é o burn productivity, que compara o crescimento do lucro bruto com o aumentou ou redução das despesas gerais e administrativas. Para a Sinqia, essa relação é de 0,24 vez. Para a Totvs, 0,27. Ambas também estão muito aquém de similares estrangeiras neste quesito.

“Utilizando os múltiplos atuais das companhias ‘SaaS’ listadas e seu Burn Productivity, notamos que a Sinqia e a Totvs estão entre as companhias mais subavaliadas deste segmento no mercado brasileiro”, afirmam a Astella e a gestora.

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
marcio.juliboni@moneytimes.com.br
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.