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Soja: mantido padrão Selic em alta e dólar em baixa, reforça perda cambial aos fundamentos de baixa

16 jun 2021, 16:21 - atualizado em 16 jun 2021, 16:23
Soja no porto de Santos
Dólar em queda pode retrair mais as exportações de soja à espera de câmbio mais favorável (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

Os exportadores que ainda não negociaram entre 30 e 40 milhões de toneladas de soja viram o mercado em renovação de quedas nesta quarta (16) e vão ter que lidar com um outro fator de baixa no dólar no dia seguinte.

Se não der zebra nas apostas, o Comitê de Política Monetária (Copom) deverá aumentar a taxa Selic e o real costuma ficar mais apreciado, se mantiver o padrão de atrair mais entrada da divisa no País.

O câmbio vem desfavorável às exportações, mas os vendedores também são pressionados pelas cotações da commodity, que estão caindo pela melhora do clima nos Estados Unidos e a China com pouco apetite. O julho caiu mais 17 pontos na sessão de hoje, acima de 1%, fechando em US$ 14,48/bushel, longe da máxima de US$ 16,42 de 12 de maio.

Embora as empresas, em regra, não gostem de Selic alta, o agronegócio não gosta de dólar ruim também, diz Vlamir Brandalizze, analista da Brandalizze Consulting.

A reunião do Copom será depois do fechamento dos mercados no Brasil e a expectativa mínima é de alta de 0,75 pontos percentuais, com a autoridade monetária contratando os juros básicos da economia em 4,25%.

Na última decisão sobre os juros, no começo de maio, quando foi elevado a 3,5%, o câmbio não foi muito influenciado, por razões externas e pelo risco Brasil em alta.

Agora, os exportadores em geral já estão vivendo o recuo da divisa americana, em quase 4% no acumulado do ano, e que se acentuou desde que o PIB do primeiro trimestre foi anunciado em 1,2% de expansão, surpreendendo a todos. Desde então, as perspectivas para a economia brasileira já dão a soma dos bens e serviços em elevação de 4% a 5% para 2021.

Mas, para Adriano Gomes, da AgRural, talvez não haja muito impacto, pois “os produtores estão tomados em posições mais curtas”, e, completa, “mais ambientados com a queda do câmbio”.

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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