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S&P faz ‘devassa’ e rebaixa nota de múltiplos bancos nos EUA

22 ago 2023, 19:48 - atualizado em 22 ago 2023, 19:48
JPMorgan
UP Morgan pode estar na berlinda (Imagem: REUTERS/Andrew Kelly)

A crise envolvendo bancos regionais dos EUA, iniciada há cinco meses, ganhou um novo capítulo nesta semana. A Standard & Poor’s (S&P), uma das principais agências de nota de crédito do mundo, fez uma série de rebaixamentos na última segunda-feira.

Entre os afetados estão Associated Banc-Corp (ASB) e Valley National Bancorp (VLY). A agência cita riscos relacionados à baixa capitalização e maior dependência à permanência de depósitos.

Em paralelo, UMB Financial Corp (UMBF) e Comerica Bank (CMA) foram rebaixados por apresentarem saídas de depósito expressivas, além de um ambiente de taxa de juros que deteriora o valor dos portfólios.

A agência também cortou a nota de crédito do KeyCorp’s (KEY), sob a justificativa de piores condições de rentabilidade.

Diante da “devassa”, ações de bancos negociadas em Wall Street caíram em bloco nesta terça-feira. Sobrou até mesmo para os grandões como JP Morgan & Chase (JPM) e Bank of America (BAC), ambos anotando quedas de quase 2%.

Citgroup (C), Wells Fargo (WFC), Goldman Sachs (GS) e Morgan Stanley (MS) cada um caiu cerca de 1%.

Além da queda dos papéis, a ação da S&P provocou um avanço do prêmio contra a falência dos bancos americanos (CDS, na sigla em inglês). O CDS do Goldman Sachs de 5 anos, por exemplo, subiu a 78 pontos-base, o maior patamar em um mês. Os dados foram levantados pelo S&P Global Market Intelligence.

O rebaixamento da nota de crédito torna o empréstimo mais difícil para um setor que ainda espera se recuperar de uma crise de desconfiança deflagrada em março com a falência de nomes como o First Republic Bank e o SVB.

JP Morgan e outros tubarões podem ter rebaixamentos

O movimento da S&P pode abrir espaço para rebaixamentos por outras agências de crédito.

Em uma entrevista ao canal financeiro CNBC na semana passada, um analista da agência Fitch disse que diversos bancos, incluindo o JP Morgan, poderão ser alvo de cortes na nota de crédito se “o ambiente operacional do setor” continuar deteriorando.

Nesse caso, a deterioração do ambiente do setor bancário implica um rebaixamento direto dos agentes nele inseridos. Na prática, isso significa que o JP Morgan, maior banco dos EUA, pode ver a sua nota de AA- para A+ em um futuro próximo.

Para a Fitch, o principal motivo de preocupação quanto ao ambiente operacional financeiro é a piora da dinâmica de crédito nos Estados Unidos, com bancos possuindo mais dinheiro para manter depósitos.

*Com informações da Reuters.

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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