Economia

Stiglitz se junta a Lula em crítica a juros altos no Brasil

20 mar 2023, 14:18 - atualizado em 20 mar 2023, 14:18
Joseph Stiglitz
“O que o Brasil precisa é de mais investimento”, disse Stiglitz, professor da Universidade Columbia. “Altas taxas de juros sufocam o investimento público e privado” (Imagem: Bloomberg)

Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de economia, chamou os níveis de juros do Brasil de “espantosos”, alinhando-se com um coro de críticos liderados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva que acreditam que os custos de financiamento do país impedem o crescimento econômico.

O economista disse na segunda-feira que a taxa básica do Brasil de 13,75% e a taxa real de cerca de 8% acima da inflação são “suficientes para matar qualquer economia”.

“Onde vocês estariam se tivessem uma política monetária mais razoável?” indagou Stiglitz em evento organizado pelo BNDES no Rio de Janeiro. Taxas altas são “um dos fatores que levam a um desempenho ruim por um período mais longo”.

Desde que voltou à presidência, Lula e sua equipe econômica têm repetidamente criticado o Banco Central por manter a Selic no nível mais alto em seis anos, a fim de combater as crescentes expectativas de inflação desencadeada pelos planos aumentar os gastos do governo.

O confronto preocupou os investidores, mas até agora não fez com que o Banco Central alterasse sua abordagem.

Os formuladores de política monetária do Copom se reunirão esta semana para a próxima decisão de juros, e espera-se que mantenham a Selic em seu nível atual.

Os analistas, por sua vez, aumentaram as projeções de inflação antes da reunião, de acordo com a pesquisa Focus do Banco Central divulgada nesta segunda-feira. Atualmente, eles esperam que a taxa de juros caia para 12,75% até dezembro.

“O que o Brasil precisa é de mais investimento”, disse Stiglitz, professor da Universidade Columbia. “Altas taxas de juros sufocam o investimento público e privado.”

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