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Stone (STOC31): 2 motivos por que o BTG não dá bola para as promessas da empresa

15 nov 2023, 16:29 - atualizado em 15 nov 2023, 16:34
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Ação da Stone (STNE; STCO31) acumula alta de 30%, em dólar, nas primeiras semanas de novembro (Imagem: Money Times/ Rafael Borges)

As ações da Stone (STOC31; STNE) operam em forte alta nesta quarta-feira (15) na bolsa americana Nasdaq, onde são listadas. Por volta das 15h30, os papéis subiam 4,71%, sendo negociados a US$ 13,46. O que anima os investidores é o guidance (conjuntos de metas) divulgado pela empresa de meios de pagamento para o período de 2024 a 2027.

Em linhas gerais, a Stone pretende que seus principais indicadores de desempenho cresçam em um ritmo médio anual de dois dígitos nos próximos quatro anos. O volume total de pagamentos processados (TPV), no segmento de micro, pequenas e médias empresas (MSMB), por exemplo, deve passar de R$ 412 bilhões, no ano que vem, para mais de R$ 600 bilhões em 2027. Isso significa um crescimento médio anual (CAGR) de 13% no período.

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E, como parte da receita da empresa é gerada pela tarifa que cobra por transação, nada melhor do que elevar a taxa média cobrada (take rate) de 2,49% para 2,70% na mesma janela de tempo.

Cada vez mais focada em operações bancárias, a companhia também planeja elevar o total de depósitos sob sua responsabilidade de R$ 7 bilhões para R$ 14 bilhões no mesmo intervalo, o que pressupõe um incremento médio anual de 26%.

A carteira de crédito tem uma meta muito mais agressiva de crescer 90% por ano, passando de R$ 800 milhões em 2024 para R$ 5,5 bilhões em 2027.

Se todos esses resultados forem alcançados, a Stone espera coroar o período com um crescimento médio anual de 31% para o lucro líquido ajustado, que subiria de R$ 1,9 bilhão para R$ 4,3 bilhões.

Stone (STNE; STCO31) impressiona mercado…

A julgar pela forte alta de suas ações na Nasdaq nesta quarta-feira, a empresa deixou os investidores bastante satisfeitos com seu guidance. É verdade que, em novembro, a Stone caiu nas graças do mercado. Seus papéis acumulam uma impressionante alta de quase 30%, entre ontem (14), quando fecharam cotados a US$ 12,85, e o último pregão de outubro, quando valiam US$ 9,91.

No caminho, a Stone divulgou seu balanço do terceiro trimestre (3T23), com algumas linhas importantes acima das expectativas dos analistas, além de um programa de recompra de ações em que pode desembolsar até R$ 1 bilhão.

Nada disso, contudo, impressiona o BTG Pactual. Num curto boletim enviado aos clientes do banco, o analista Eduardo Rosman recomenda cautela com a ação. Não se trata de má vontade, já que ele lembra que, nas últimas semanas, recomendou sistematicamente a Stone como uma oportunidade de curto prazo.

… Mas BTG recomenda cautela com as ações

O que mudou, então? Basicamente, duas coisas, segundo o analista. A primeira é óbvia: sendo um investimento para o curto prazo, o momento de aproveitá-lo já passou, sobretudo por causa da forte disparada na primeira quinzena de novembro, que surpreendeu o próprio analista.

“Temos de admitir que não esperávamos que o salto fosse tão rápido”, afirma Rosman. “Isto posto, acreditamos que o breve e rápido ganho de trading chegou ao fim (ajudado, naturalmente, pelos recentes incrementos na curva de juros americanos de longo prazo)”, acrescenta.

O segundo motivo para a cautela do BTG provém das dúvidas sobre a capacidade de a Stone executar as estratégias que sustentam o guidance. O banco reconhece que, “claramente”, a empresa é a melhor operadora de meios de pagamento do Brasil.

Mas, agora, a companhia aumentou sua aposta em segmentos que extrapolam sua origem, como os serviços bancários, a concessão de crédito e softwares. “Esse plano/sonho faz sentido, mas executá-lo bem, naturalmente, não será nada fácil”, sublinha Rosman.

Ele considera o guidance até 2027 “muito agressivo” para um cenário bastante incerto. “Dado como é duro ‘enxergar’ o futuro de um setor um ano à frente, é difícil prever, hoje, quão viável será para a Stone entregar tais métricas”, pondera.

Veja o guidance da Stone (STNE; STCO31) para o período de 2024 a 2027, divulgado nesta quarta-feira (15):

Diretor de Redação do Money Times
Ingressou no Money Times em 2019, tendo atuado como repórter e editor. Formado em Jornalismo pela ECA/USP em 2000, é mestre em Ciência Política pela FLCH/USP e possui MBA em Derivativos e Informações Econômicas pela FIA/BM&F Bovespa. Iniciou na grande imprensa em 2000, como repórter no InvestNews da Gazeta Mercantil. Desde então, escreveu sobre economia, política, negócios e finanças para a Agência Estado, Exame.com, IstoÉ Dinheiro e O Financista, entre outros.
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