‘Super demanda’: Para o BTG, excesso de oferta de etanol não será um problema para o mercado

O etanol de milho transformou e tem transformado o mercado de biocombustíveis de forma radical na última década. Como você acompanhou aqui no Money Times, o que era um setor dominado basicamente pela cana-de-açúcar, hoje está diversificado, com o biocombustível do milho representando 25% da oferta de etanol no Brasil em 2025. Segundo a StoneX, esse número deve ser de 40% em 2035.
São mais de 29 novos projetos de etanol de milho em desenvolvimento e se todos os projetos anunciados forem adiante, a oferta de etanol de milho deve subir de cerca de 10 bilhões de litros este ano para aproximadamente 18 bilhões nos próximos anos. Com isso, a oferta anual total de etanol no Brasil poderia chegar a cerca de 45 bilhões de litros até 2029, contra 37 bilhões de litros de 2024. E esse cenário gerou preocupações sobre um possível excesso de oferta e impactos no mercado. Para o BTG Pactual, ao contrário de excesso de oferta, o cenário é de “super demanda”.
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“Na bomba, os consumidores basicamente compram energia, que pode vir na forma de gasolina ou etanol. O etanol hidratado (E96) compete diretamente com a gasolina, mas atualmente representa apenas cerca de 25% da energia líquida consumida por veículos leves. Em outras palavras, mais de 70% dos motoristas hoje não têm incentivo econômico suficiente na bomba para trocar a gasolina pelo etanol”, escreveram os analistas Thiago Duarte e Guilherme Guttilla.
Na visão dos analistas, à medida que a capacidade de biocombustível de milho continua crescendo, o mercado irá se ajustar naturalmente por meio dos preços. “Os preços do etanol na bomba precisarão cair para tornar o combustível mais atrativo em relação à gasolina. Para absorver os 8 bilhões de litros adicionais esperados nos próximos anos, os preços do etanol precisariam cair aproximadamente 10%.”