Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11): Safra vê melhor momento para uma ação no curto prazo, mas mantém preferência a longo prazo

O Safra enxerga uma pressão de curto prazo para as ações da Suzano, com espaço para Klabin (KLBN11) performar melhor neste período. Apesar disso, o banco mantém sua preferência em SUZB3.
“As ações da SUZB caíram cerca de 14% no acumulado do ano, enquanto os papéis KLBN recuaram cerca de 20%, e acreditamos que a primeira ainda pode cair mais, à medida que os preços da BHKP (fibra curta) atinjam o fundo do ciclo em US$ 500/t em junho e o consenso revise para baixo as estimativas de Ebitda para o ano”, explica Ricardo Monegaglia.
De acordo com dados do banco, a Suzano tende a ter um desempenho inferior ao da Klabin durante ciclos de baixa de commodities, provavelmente devido à sua maior exposição ao Ebitda proveniente de fibra curta (85% contra 20%, respectivamente).
- LEIA TAMBÉM: De ações brasileiras a fundos imobiliários, conheça os ativos favoritos de mais de 20 bancos e corretoras em uma curadoria gratuita do Money Times
“Não acreditamos que desta vez será diferente. No entanto, com a recuperação dos preços da celulose prevista para meados do 3T25, antecipamos que a Suzano voltará a superar a Klabin, com base em sua forte correlação com ciclos de alta da celulose, maior geração de caixa e avaliações mais atraentes nos próximos anos”.
Suzano e Klabin: Os fundamentos para ações e celulose
O Safra elevou seu preço-alvo de R$ 70 para R$ 80 para as ações da Suzano, implicando em um potencial de alta de 31% e mantendo sua recomendação de compra. Já para Klabin, o banco reduziu seu alvo de R$ 23,90 para R$ 22,40, um potencial de alta de 22% e mantendo sua recomendação neutra.
“Estamos cautelosos quanto aos preços da celulose no curto prazo, uma vez que os fundamentos de mercado podem se deteriorar ainda mais. O rali inesperado no início de 2025, impulsionado por interrupções no lado da oferta, enfrentou obstáculos desde março, em meio às tensões comerciais entre EUA e China, descontos agressivos por parte dos produtores sul-americanos e embarques elevados para a China que resultaram em acúmulo de estoques”.
O banco enxerga uma relação risco-retorno fraca para ações da SUZB3, diante de uma perspectiva negativa para os preços da BHKP e o câmbio. “Vemos a Suzano bem posicionada para se beneficiar de uma recuperação cíclica nos preços da celulose e acreditamos haver um potencial de valorização relevante se nossa visão positiva sobre os preços a partir do final de julho se concretizar”.
Para Klabin, a menor exposição da empresa à celulose de fibra curta é um fator positivo no curto prazo, dado os preços relativamente mais fortes no mercado em geral.
“No entanto, esse mesmo posicionamento limita sua participação em uma eventual recuperação dos preços da BHKP, ao mesmo tempo em que desafios operacionais continuam pressionando os resultados. Mantemos cautela quanto à estratégia de crescimento do volume de vendas da empresa, que pode demorar mais do que o esperado para se concretizar”.