Tarifaço de Trump pode dar ponto final ao ciclo de aperto da Selic, diz Itaú Unibanco

O Itaú Unibanco avalia que o Comitê de Política Monetária (Copom) pode realizar a última alta do aperto monetário na reunião de maio. Em outro cenário, a instituição ainda vê uma alta na Selic em junho, mas inferior a 0,50 ponto percentual (p.p.).
Segundo o economista-chefe Mario Mesquita, a guerra comercial causada pelo tarifaço do presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, pode ter impacto líquido desinflacionário para o Brasil.
O recuo da inflação pode ser motivado pela queda de preços de commodities em reais, a depender da taxa de câmbio, afirmam.
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“Evidências de um impacto desinflacionário poderiam permitir uma pausa antecipada do ciclo de alta de juros”.
Os economistas, no entanto, não descartam que o impacto das tarifas impostas por Trump seja inflacionário.
“Dada a incerteza e volatilidade do cenário, o Banco Central deve ser cauteloso para não tomar decisões precipitadas que possam incorrer em mais risco inflacionário adiante, considerando um cenário de expectativas bastante desancoradas”, afirmam.
O cenário base do Itaú para a Selic
Apesar de reconhecer o risco de uma pausa antecipada no ciclo de alta da Selic, esse não é o cenário base do Itaú. A instituição espera que o Copom eleve a taxa de juros em 0,50 p.p. tanto em maio quanto em junho.
A projeção da casa é de que a Selic feche o ano de 2025 no patamar de 15,25% ao ano.
“As expectativas de inflação desancoradas, o hiato positivo, e as projeções do próprio Banco Central seguem indicando com a necessidade de seguir avançando com o ciclo de alta de juros em território contracionista”, dizem.
Para 2026, o Itaú espera que o Copom inicie os cortes de juros ao longo do primeiro semestre, levando a taxa para 13,25% ao final do ano.