Economia

Taxa de desemprego baixa e a pressão sobre salários limitam cortes da Selic, afirma UBS WM

30 set 2025, 15:44 - atualizado em 30 set 2025, 15:51
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Taxa de desemprego no trimestre encerrado em agosto ficou em 5,6%, segundo o IBGE. (Imagem: Shutterstock)

A taxa de desemprego baixa e a pressão sobre salários indicam que a economia brasileira opera acima do seu potencial, o que limita cortes mais profundos na Selic até que haja sinais claros de alívio na atividade. A análise é de Solange Srour, chefe de macroeconomia para o Brasil, e Débora Nogueira, economista, do UBS WM.

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Segundo elas, o mercado de trabalho é o fator central para a calibragem da política monetária e para o ritmo da convergência da inflação à meta.

A taxa de desocupação no trimestre encerrado em agosto ficou em 5,6%, repetindo o menor patamar registrado pela série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua. No mesmo período do ano passado, o índice estava em 6,6%.

Já o rendimento médio do trabalhador, segundo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (30), ficou em R$ 3.488. O valor está próximo ao recorde de R$ 3.490 alcançado no fim de junho.

As economistas do banco afirmam que, em um cenário de incerteza, é justamente a velocidade de criação de vagas, a trajetória dos salários e o grau de aquecimento do emprego que determinam o espaço para o Banco Central reduzir os juros sem comprometer a estabilidade de preços.

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Essa preocupação não é exclusiva do Brasil: bancos centrais ao redor do mundo têm reforçado que sinais de pressão no mercado de trabalho são decisivos, já que é nesse ambiente que se formam os núcleos mais persistentes da inflação.

Nos Estados Unidos, por exemplo, o Federal Reserve iniciou um ciclo de cortes em setembro, com expectativa de redução acumulada de 1 ponto percentual, levando os juros a 3,25%. O balanço de riscos para o mercado de trabalho foi central para a decisão.

No diagnóstico do UBS, a economia brasileira opera cerca de 1,5% acima da capacidade, com a taxa de desemprego como principal vetor de pressão. Esse quadro é compatível com riscos inflacionários adicionais, mesmo diante de uma queda no ritmo de criação de vagas.

A pressão sobre salários também reforça essa leitura. Em agosto, a renda real cresceu 3,3% em relação ao mesmo período de 2024, mantendo ganhos acumulados de 3,4% no ano. Assim, mesmo com sinais de desaceleração da indústria, do comércio e dos serviços, a massa salarial robusta sustenta a demanda e reduz a margem para cortes agressivos de juros.

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Para Srour e Nogueira, o ponto-chave para a autoridade monetária será a trajetória do mercado de trabalho nos próximos 18 meses.

No modelo em que o hiato do produto se aproxima da estabilidade no início de 2027, a Selic poderia recuar até 12% em 2026 e 10,5% em 2027. Para que esse cenário se materialize, será necessário reverter a queda no desemprego — o que dependerá de uma política fiscal alinhada à desaceleração.

Caso contrário, sem o fechamento do hiato, cortes da taxa básica de juros abaixo de 13,5% deixariam de ser compatíveis com o cenário indicado.

Enquanto isso, o ambiente externo continua favorável aos países emergentes, sustentando o real e reforçando a convergência da inflação.

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Editora-assistente
Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
giovana.leal@moneytimes.com.br
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Editora-assistente no Money Times e graduada em Jornalismo pela Unesp - Universidade Estadual Paulista. Atua na área de macroeconomia, finanças e investimentos desde 2021.
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