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Tchau, gringos: Estrangeiros retiram mais de R$ 8 bilhões da bolsa brasileira com tensão na guerra comercial de Trump

15 abr 2025, 12:26 - atualizado em 15 abr 2025, 12:26
etfs Bolsa B3 Ibovespa investidores estrangeiros guerra comercial
Investidores estrangeiros deixam a B3 com temor da guerra comercial entre EUA e China. (Imagem: Freepik)

O mercado financeiro brasileiro está sentindo o impacto direto da nova escalada na guerra comercial promovida pelos Estados Unidos. Em abril, investidores estrangeiros já retiraram R$ 8,6 bilhões da B3, refletindo o aumento da volatilidade nos mercados globais desde que o presidente Donald Trump impôs novas tarifas sobre produtos importados.

De acordo com dados da B3, são onze sessões consecutivas de retirada de capital estrangeiro, sendo nove delas somente neste mês. Os dias 4, 7 e 10 de abril registraram as maiores saídas, coincidindo com quedas expressivas do Ibovespa (IBOV), que acumulou perdas superiores a 5% no período.

Impacto direto no fluxo de capital estrangeiro

Confira as últimas retiradas de investidores estrangeiros na B3:

  • 11/04: -R$ 686,52 milhões
  • 10/04: -R$ 1,10 bilhão
  • 09/04: -R$ 857,82 milhões
  • 08/04: -R$ 641,34 milhões
  • 07/04: -R$ 1,77 bilhão
  • 04/04: -R$ 1,96 bilhão
  • 03/04: -R$ 590,34 milhões
  • 02/04: -R$ 566,21 milhões
  • 01/04: -R$ 485,57 milhões
  • 31/03: -R$ 1,82 bilhão
  • 28/03: -R$ 253,40 milhões

Mesmo com as fortes saídas em abril, o saldo acumulado no ano ainda é positivo em R$ 1,9 bilhão. Este, no entanto, é o primeiro mês de 2025 com fluxo negativo de capital estrangeiro na bolsa brasileira.

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Tarifas de Trump mexem com os mercados

Desde o anúncio de tarifas recíprocas feito no início do mês, Trump tem sido o epicentro das turbulências nos mercados. As novas tarifas atingiram 185 países, com alíquotas variando entre 10% e 50%.

No entanto, poucos dias após as primeiras medidas, a Casa Branca voltou atrás, suspendendo as tarifas mais agressivas por 90 dias e impondo um mínimo de 10% para todos os países — com exceção da China. Contra os produtos chineses, as tarifas foram elevadas até 145%, intensificando o conflito com a segunda maior economia do planeta.

Trump ainda precisou rever parte do pacote, isentando temporariamente itens eletrônicos após forte pressão de empresas de tecnologia.

Em poucos dias, as bolsas mundo afora foram do céu ao inferno e voltaram para o purgatório com as constantes mudanças das medidas tarifárias norte-americanas. Os economistas alertam que o cenário amplia o risco de recessão global.

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Formada em Jornalismo pela PUC-SP, tem especialização em Jornalismo Internacional. Atua como editora no Money Times e já trabalhou nas redações do InfoMoney, Você S/A, Você RH, Olhar Digital e Editora Trip.
juliana.americo@moneytimes.com.br
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