Tebet diz acreditar que BC tem condições de cortar juros até janeiro
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou nesta quarta-feira acreditar que o Banco Central tem condições de cortar a taxa Selic até janeiro do próximo ano e vê a inflação em queda para o centro da meta em 2026.
“Eu tenho certeza que, a partir de agora, o Banco Central tem todas as condições de antecipar a queda de juros no Brasil. Acredito que pode ser na próxima reunião, se não na próxima reunião, já em janeiro do ano que vem”, disse ela em entrevista à CNN Brasil, em que citou também uma melhora em indicadores econômicos que justifica um afrouxamento da política monetária.
Questionada sobre a possibilidade de atingir o centro da meta de inflação de 3% em 2026, Tebet disse que a equipe econômica acredita ser factível e já começou a ver sinais que indicam o mesmo por parte dos mercados financeiros e do próprio BC.
“A inflação do ano que vem vai ser, definitivamente, menor do que a deste ano.”
Em relação aos resultados fiscais, a ministra descartou alterações na meta fiscal de 2026, atualmente de superávit de 0,25% do Produto Interno Bruto, com margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB para mais ou para menos, para tornar seu cumprimento mais viável, com o argumento de que mudanças frequentes prejudicam a credibilidade do alvo perseguido pelo governo.
As regras fiscais atuais são insuficientes para dar sustentabilidade à dívida pública, mas são um bom regramento para garantir sua estabilidade, segundo ela, que assegurou que o governo é capaz de atingir a meta fiscal em 2026.
“Temos que cumprir a meta fiscal e não podemos mexer nessa meta. Nós temos que fazer superávit a partir do ano que vem”, afirmou. “Vamos cumprir a meta no ano que vem com superávit.”
Tebet disse ainda que uma medida que pode melhorar o cenário das contas públicas para o governo é elevar a alíquota sobre a tributação das bets. Ela afirmou que, caso aprovado, esse aumento deve dar fôlego à equipe econômica para cumprir com despesas obrigatórias e discricionárias e aumentar as receitas para assegurar que não será necessário alterar a meta fiscal para 2026.
O senador Renan Calheiros (MDB-AL) apresentou, na semana passada, um projeto de lei que propõe dobrar as alíquotas cobradas sobre plataformas de apostas online de 12% para 24%.