Telefônica (VIVT3) avança com redução de capital bilionária; o que fazer com as ações agora?
As ações da Telefônica Brasil (VIVT3), dona da Vivo, avançam e figuram entre as maiores altas do Ibovespa (IBOV) em reação a movimentações da companhia.
Por volta de 13h (horário de Brasília), VIVT3 tinha alta de 1,62%, a R$ 33,92, na máxima intradia. Acompanhe o Tempo Real.
Ontem (9), a operadora de telecomunicações propôs a redução de capital em R$ 4 bilhões, com restituição aos acionistas. A medida ainda deve passar pelo crivo dos acionistas, em assembleia geral (AGE); a data não foi divulgada.
A operação não envolve cancelamento de ações e, segundo a dona da Vivo, deve otimizar a estrutura da empresa e aumentar a flexibilidade na alocação de capital.
Vale lembrar que em novembro do ano passado, o conselho da companhia aprovou proposta de redução do capital social em R$ 2 bilhões, também com restituição de valores aos acionistas.
Para o Safra, o anúncio é “positivo”. Nas contas do banco, se a nova redução de capital for aprovada em AGE, os acionistas devem receber aproximadamente R$ 1,23 por ação, o que equivale a um rendimento de 3,6%.
O pagamento da restituição à base acionário está previsto para 31 de julho.
Na avaliação dos analistas, ao autorizar esta distribuição antes do final de 2025, a empresa “provavelmente garante o status de isenção fiscal para o pagamento, mesmo que o desembolso de caixa real esteja agendado para meados de 2026, protegendo assim o valor para o acionista das próximas mudanças fiscais”.
O Itaú BBA destaca que a redução de capital sugere “um risco de alta” em relação à estimativa de payout de 105% no final de 2026 – um total de R$ 8,4 bilhões em distribuições.
“Neste momento, as distribuições anunciadas estão alinhadas com nossa previsão, mas poderia haver um risco de alta para nossas estimativas de payout, considerando que: não esperávamos uma redução de capital dessa magnitude neste momento; e a Vivo tem espaço para acelerar as reduções de capital nos próximos meses, dada sua posição de capital de R$ 62 bilhões no 3T25”, escreveram os analistas da equipe liderada por Maria Clara Infantozzi, em relatório.
Conclusão de aquisição em cibersegurança
Além da redução de capital, a Telefônica Brasil concluiu a aquisição da totalidade das quotas da Telefônica Cibersegurança e Tecnologia do Brasil (CyberCo Brasil) – até então pertencente à Telefónica Cybersecurity & Cloud Tech (TTech).
O Itaú BBA destaca que há uma sinergia “clara” entre as duas companhias, com “talento e expertise” dos 300 funcionários que serão incorporados pela Vivo.
Para os analistas, o negócio pode acelerar o desenvolvimento da cibersegurança, integrar os esforços de go-to-market empresarial e expandir mais rapidamente o vertical de cibersegurança dentro de sua crescente oferta de soluções digitais.
“Afinal, a cibersegurança tem sido uma adjacência clara na qual a empresa demonstrou interesse em expandir no B2B”, afirmou a equipe em relatório.
É hora de comprar VIVT3?
As movimentações reforçaram a recomendação do Safra de compra das ações VIVT3. O banco tem preço-alvo de R$ 42 – o que representa um potencial de valorização de 19% sobre o preço de fechamento de ontem.
Já o Itaú BBA manteve a recomendação neutra com preço-alvo de 35,50 no final de 2026, o que implica em um potencial salto de 6% sobre o preço do último fechamento.