Para Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, o comunicado da decisão do Copom foi bastante “hawkish”, mostrando que o colegiado está preocupado com o controle da inflação e agindo para que a inflação convirja para a meta.
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“O Copom retirou a menção ao balanço simétrico ou assimétrico, embora tenha listado três fatores de risco altistas e três baixistas. Foi uma decisão bastante dura, que deve inclusive ter efeitos amanhã, como a valorização do real e, eventualmente, a redução das expectativas inflacionárias”, disse Gala.
Ele ainda considerou que as expectativas continuam desancoradas, tanto em meses quanto em anos, e “isso é um problema”. “A atividade econômica segue resiliente e há vários riscos internos e externos no radar.”
O economista-chefe do Master também chama a atenção para a sinalização de que a taxa de juros deve permanecer contracionista por um período suficientemente longo. “Acredito que seguiremos com esse juro em 15% por um bom tempo — entrando no ano que vem, senão até meados de 2026”, afirmou.
Gala também afirmou que, se o Federal Reserve (BC dos Estados Unidos), cortar os juros para a banda entre 3,75% a 4% ao ano no segundo semestre e o Copom mantiver a Selic em 15%, isso deve aumentar ainda mais o diferencial de juros.
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“Estaremos falando de um diferencial de 11 pontos percentuais — um diferencial brutal. Isso deve fortalecer ainda mais o real, que tende a se apreciar nos próximos dias. A curva de juros de longo prazo também deve cair, diante dessa sinalização mais ‘hawkish’ do Copom no Brasil.”
Mais cedo, o Fed manteve os juros inalterados na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano com a sinalização de dois cortes nos juros, de 25 pontos-base cada, até dezembro.