TEND3, PLPL3, DIRR3 e CURY3: Rali das construtoras faz papéis subirem até 88% em 2025; ainda há espaço para mais?

As ações das construtoras do segmento de baixa renda tiveram um verdadeiro rali em 2025 – período em que as os papéis aceleram e tem uma alta no preço. No acumulado do ano, Tenda (TEND3) subiu 88%, Plano & Plano (PLPL3) 71%, Cury (CURY3) 69% e Direcional (DIRR3) 54%.
Esse salto, segundo Bruno Mendonça, analista do Bradesco BBI, veio principalmente do bom desempenho dessas companhias, que vêm lucrando mais e mostrando bons resultados. No entanto, o ritmo forte pode não se repetir com a mesma intensidade nos próximos meses.
Para continuar no caminho de alta, o setor vai depender de um cenário mais favorável na economia, especialmente de uma possível queda nos juros, já que este é o principal motor para o crédito. Além disso, ajudaria na melhora do sentimento dos investidores em relação ao risco.
Porém, o caminho que tem sido visto pelo mercado ultimamente é diferente. Nesta quarta-feira (18) acontece a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que decide a taxa Selic, e segundo as Opções de Copom da B3, 61% dos investidores apostam na alta de 0,25 ponto percentual (p.p.) da Selic, enquanto 37,50% veem uma manutenção. O corte nos juros, que já estava sendo projetado para o inicio de 2026, fica ainda mais distante.
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Mendonça destaca que as ações da Cury e da Direcional ainda são vistas como mais estáveis, com potencial de continuar entregando bons retornos mesmo em um cenário menos animador.
Já nomes como MRV (MRVE3)e Tenda, apesar de mais baratos, podem enfrentar mais desafios no curto prazo, especialmente com incertezas no micro de cada empresa, como é o caso da reestruturação da operação americana da MRV.
“Fora do consenso, estamos nos tornando cada vez mais construtivos sobre a MRV, embora esta não seja uma decisão fácil”, destaca o analista no relatório.
Essa visão reflete a ideia de que os investidores estão precisando olhar cada vez mais para 2026 e 2027, e nesse cenário de longo prazo, ele acredita que a companhia pode surpreender. Na avaliação do analista, a operação do Brasil deve aumentar os lucros de forma relevante nos próximos 12 a 18 meses.
“A história continua complexa e ainda esperamos algumas manchetes negativas de curto prazo, mas vemos a percepção de risco potencialmente à beira de um ponto de inflexão assim que essas expectativas forem liquidadas (por meio de orientação, redução ou materialização contábil e/ou das vendas de ativos)”, avalia.
Desta forma, a casa revisou para cima os preços-alvo esperados das ações até o fim de 2025, mostrando que ainda vê espaço para crescimento na maioria delas:
Ação | Preço-Alvo Anterior | Preço-Alvo Atual | Variação (%) |
---|---|---|---|
Tenda (TEND3) | R$ 22,00 | R$ 30,00 | +36,4% |
Plano & Plano (PLPL3) | R$ 19,00 | R$ 21,00 | +10,5% |
Cury (CURY3) | R$ 29,00 | R$ 38,00 | +31,0% |
Direcional (DIRR3) | R$ 38,00 | R$ 49,00 | +28,9% |
MRV (MRVE3) | R$ 11,00 | R$ 10,00 | -9,1% |