Tensão entre EUA e China expõe disputa tecnológica; especialista projeta cenários e comenta momento do ouro
A escalada nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China voltou ao radar dos investidores e pode aumentar a volatilidade dos mercados nos próximos dias, segundo Gabriel Mollo, analista de investimentos do Banco Daycoval.
No Giro do Mercado, apresentado pela jornalista Paula Comassetto, o especialista afirmou que a disputa entre as duas maiores economias do mundo tem relação direta com o controle das chamadas terras raras, minerais essenciais para a indústria de tecnologia.
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“Os EUA não possuem uma reserva de terras raras. O primeiro país é a China, o segundo é o Brasil e são minerais essenciais para o desenvolvimento da economia norte-americana. Então esse tema é muito sensível”, disse Mollo.
Na avaliação dele, todos os novos capítulos da guerra tarifária estão relacionados a essa disputa, que deve ter jogo duro por parte dos chineses. “Não vamos ver um recuo do Xi Jinping. É mais provável que haja um recuo do presidente Donald Trump”, afirmou.
Mollo ainda comentou que, embora as tensões possam pressionar o setor de tecnologia no médio prazo, a atual queda das taxas de juros nos EUA tem sustentado o otimismo dos investidores, impulsionando as ações de tecnologia.
No entanto, o analista acredita que após a precificação total da queda de juros nos papéis, o conflito pelas terras raras vai acabar pesando mais para as empresas do setor, sobretudo para as companhias ligadas à inteligência artificial (IA).
Bancos americanos e expectativa por Powell
De acordo com o especialista, o início da temporada de balanços do terceiro trimestre de 2025 (3T25) nos EUA tem sido positivo, com os grandes bancos reportando resultados que demonstram a resiliência da economia norte-americana.
No entanto, apesar dos lucros acima das expectativas no 3T25, o analista vê sinais de fraqueza no horizonte. “Para o 4T25, devemos começar a ver um enfraquecimento da economia, especialmente no mercado de trabalho, além de um aumento dos riscos globais devido às tarifas.”
Mollo ainda comentou sobre suas expectativas para a fala do chairman do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, nesta terça-feira (14).
“Se ele falar de uma maneira mais enfática, que vai cortar os juros ou que o corte vai ser maior, podemos ter um alívio e talvez até mesmo um rali na bolsa. Mas acho difícil, porque o Powell é contido e tem adotado um discurso mais duro”, afirmou.
O programa ainda abordou o momento de valorização do ouro, o desempenho dos mercados globais e outros destaques corporativos. Para acompanhar o Giro do Mercado na íntegra, acesse o canal do Money Times no YouTube.
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