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Terra (LUNA): É improvável que rede se recupere, segundo especialistas

11 maio 2022, 16:15 - atualizado em 11 maio 2022, 16:57
Rede Terra
Traumático: implosão da rede Terra (LUNA) prejudica investidores e será difícil de esquecer (Imagem: Crypto Times)

A Anchor (ANC), maior plataforma de empréstimos descentralizados da rede Terra, derreteu seu Valor Total Travado, ou TVL na sigla em inglês, mais de 60% em uma semana após a stablecoin da rede Terra (LUNA) perder seu lastro, e precisar vender a reserva de bitcoin (BTC) para manter o colateral.

Até a semana passada, o protocolo continha um TVL, desde o dia de ontem, de cerca de U$ 20 bilhões, e hoje esse número diminuiu para U$ 2,52 bilhões.

Devido a alta demanda, e rede congestionada, a Binance suspendeu nesta terça-feira (10) os saques de LUNA e UST.

O token LUNA apresenta queda de mais de 90% em menos de 24 horas, enquanto a stablecoin UST é cotada cada vez mais abaixo de seu lastro em dólar, chegando a valer menos de U$ 0,30.

Terra (LUNA) morreu?

Segundo compartilhado por Orlando Telles, sócio-fundador da Mercurius Crypto, nas redes sociais da casa de análise “esse pode ser o fim da LUNA”.

Conforme dito na publicação, o protocolo ainda pode chegar a valer zero, uma vez que Do Kwon, responsável pelo projeto, abandonou os investidores e a rede Terra.

Nesta quarta-feira (11), o desenvolvedor anunciou em suas redes sociais um plano de recuperação para o protocolo, mas segundo Telles, o plano de ação é “basicamente deixar o protocolo agir por conta própria.”

Para Alexandre Vasarhelyi, sócio-fundador da gestora BLP Crypto, o que mais preocupa é a saúde da rede. Conforme explica, todo o ecossistema Terra também funciona com validadores de rede e mineradores.

“A remuneração destes agentes caiu muito, com o token LUNA a U$ 1,88. A quantidade de recompensas em LUNA se mantém, porém o valor está muito pior”, explica.

Vasarhelyi continua dizendo que, assim como qualquer blockchain, o grande risco quando o preço do token de utilidades cai muito é a baixa segurança da rede.

“Eu acredito que, enquanto não tivemos uma maior claridade sobre isso, é difícil fazer qualquer previsão.”

“Quem apanha nunca esquece”

Além da questão técnica por trás de uma rede blockchain que sofreu danos, existe a questão da confiança do investidor danificada. O protocolo Anchor (ANC) é um dos que mais feriu o sentimento, e o bolso, dos investidores neste momento.

O protocolo era um dos principais “drivers” de crescimento na demanda por UST, e consequentemente LUNA, uma vez que prometia retornos de 20% na atividade de staking (fornecer liquidez para a rede travando os tokens nativos).

No Twitter, investidores ainda vem repercutindo, e compartilhando, o sentimento de perdas de grande valor em seus ativos sob rendimento na plataforma.

Na opinião do gestor de fundos, mesmo em um cenário onde a rede Terra recupere sua saúde, e segurança, ainda assim haveria uma grande dificuldade em recuperar a confiança entre os investidores.

“Uma coisa que eu aprendi na vida é que quem apanha nunca esquece. A máxima vale para mercados financeiros, então me surpreenderia se a rede voltasse a ter a credibilidade que tinha a um mês atras”, finaliza.

André Franco, analista-chefe do Mercado Bitcoin, diz que para voltar a ter a confiança dos investidores o protocolo Anchor e a Terra precisam se reformular e apresentar uma solução para os problemas que enfrentam.

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O Money Times publica matérias de cunho jornalístico, que visam a democratização da informação. Nossas publicações devem ser compreendidas como boletins anunciadores e divulgadores, e não como uma recomendação de investimento.

Repórter do Crypto Times
Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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Jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Repórter do Crypto Times, e autor do livro "2020: O Ano que Não Aconteceu". Escreve sobre criptoativos, tokenização, Web3 e blockchain, além de matérias na editoria de tecnologia, como inteligência artificial, Real Digital e temas semelhantes. Já cobriu eventos como Consensus, LabitConf, Criptorama e Satsconference.
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