Economia

Terras raras: entenda a relevância estratégica, e por que podem ser o novo capítulo nas discussões entre Brasil e EUA

25 jul 2025, 15:57 - atualizado em 25 jul 2025, 15:58
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(Imagem: Racide/iStock)

As tensões entre Brasil e Estados Unidos seguem em alta após a ameaça tarifária do presidente americano Donald Trump. Para além da questão política, a disputa comercial pode estar ganhando novos protagonistas: as terras raras.

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Constituídas por um conjunto de 17 elementos químicos, as terras raras cumprem um papel fundamental na cadeia produtiva da indústria de tecnologia, desde a fabricação de carros elétricos até a construção de usinas eólicas.

Segundo relatório do UBS, o Brasil possui a segunda maior reserva de terras-raras do planeta (23% do total), atrás apenas da China. Além delas, ainda possui amplas reservas de minerais críticos ou estratégicos, como nióbio, lítio, cobre e outros ativos.

Apesar de ter grandes reservas, o Brasil responde por menos de 1% da produção global, que são peças-chave para a indústria de tecnologia, defesa, transição energética e semicondutores.

Segundo O Globo, o encarregado de negócios da Embaixada americana em Brasília, Gabriel Escobar, se reuniu nesta semana com representantes do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) e manifestou formalmente o interesse americano em garantir acesso aos minerais estratégicos.

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A possibilidade de envolver os minerais em um acordo comercial foi levada por empresários ao vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, que lidera as negociações.

No entanto, em evento na quinta-feira (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou a soberania nacional sobre esses recursos.

“Temos todo o nosso petróleo para proteger. Temos todos os minerais ricos que vocês querem para proteger. E aqui ninguém põe a mão. Este país é do povo brasileiro”, disse Lula, em recado direto a Trump.

Por que esses minerais viraram prioridade global?

Segundo o UBS, a demanda mundial por terras-raras deve crescer 60% até 2040, impulsionada pela transição energética e pela disputa tecnológica entre China e EUA. A produção, porém, está concentrada: só a China responde por 69% da extração global e 76% do refino.

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O cenário acaba gerando vulnerabilidade estratégica. Em 2024, 70% das importações americanas vieram da China. Trump tem buscado diversificar fornecedores, assinando acordos com a Ucrânia e pressionando países com grandes reservas — como o Brasil.

Dados do UBS mostram que, se o Brasil avançar apenas na mineração, o impacto seria de R$ 47 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) até 2050. Mas, se conseguir agregar valor (beneficiamento e refino local), o ganho pode chegar a R$ 243 bilhões no mesmo período.

Nos últimos anos, surgiram projetos privados relevantes em Minas Gerais e Goiás, como o Colossus (Meteoric Resources) e o MagBrasm (Denham Capital), voltados à produção de ímãs para baterias e turbinas.

Ainda de acordo com O Globo, o governo prepara a Política Nacional de Minerais Críticos, que deve abrir novas linhas de financiamento e incentivar mapeamento geológico.

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Repórter estagiário no Money Times, graduando em jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP). Cobre empresas, mercados e agronegócio desde 2024.
gustavo.silva@moneytimes.com.br
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