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Tesla (TSLA) atinge receita recorde no 4T22 e ações disparam 10% em NY

26 jan 2023, 12:55 - atualizado em 26 jan 2023, 12:55
Tesla
Receita e lucro da Tesla superam expectativa do mercado (Imagem: Shutterstock/Zigres)

O balanço da Tesla (TSLA;TSLA34) do último trimestre de 2022 veio ao gosto dos investidores. No início do pregão desta quinta-feira (26), as ações da montadora disparavam 10%, confirmando o movimento favorável do pré-market nova-iorquino.

A receita da companhia atingiu a marca recorde de US$ 24,32 bilhões, um crescimento de 37% frente ao mesmo período de 2021. O lucro líquido ajustado alcançou a marca dos US$ 4,1 bilhões, aumento de 43% na comparação ano a ano.

Contribuiu para a surpreendente marca da receita a produção de quase 440 mil veículos, dos quais 405.278 foram entregues aos clientes.

No ano fechado, foram produzidos 1.369.611 e entregues 1.313.851 veículos. Nesse período, a Gigafactory de Shanghai voltou a operar a plena carga, enquanto a linha de produção localizada em Berlim encerrou o trimestre com uma taxa de produção de 3.000 veículos por semana.

Entusiasmado com o resultado, Elon Musk reforçou aos investidores da companhia a meta de produção de 1,8 milhão de veículos em 2023, sinalizou boas vendas em janeiro. Ele disse que a produção do Cybertruck será iniciada na Gigafactory de Austin (EUA).

Alerta: Corte na tabela de preços piora margens da companhia

Encantados pelo “guidance” animador da empresa, os investidores acabaram relegando para segundo plano os sinais da deterioração das margens da companhia.

Segundo Richard Camargo, da Empiricus Research, “os custos de matéria e o ramp-up das fábricas voltaram a pressionar as margens brutas do segmento automotivo, que terminaram o ano em 25,9%”

Nesse sentido, Camargo alerta para o impacto da política de corte de preços que a Tesla adota nos EUA e, sobretudo, na China, como forma de fazer frente às suas competidoras. Se, por um lado, a estratégia provoca um aumento de apetite pelos produtos da companhia, por outro, ela é “prejudicial para as margens e para o próprio mercado de seus veículos”.

O sinal de que a Tesla pode estar subestimando o efeito do corte nos preços da tabela, diz Richard, é justamente o aumento de veículos da marca no pátio das lojas de carros usados.

Como efeito dessa perda, a Tesla registrou queda de 49% na geração de fluxo de caixa livre no período, ficando em US$ 1,4 bilhão.

Ações da Tesla já sobem 25% em 2023, mas especialista recomenda cautela

A boa recepção aos números da Tesla mostrou que a maior companhia de veículos elétricos do mundo conseguiu evitar o pior cenário, prenunciado pela piora continuada das condições macroeconômicas, aumento da competitividade em mercados estratégicos e diversionismos envolvendo seu polêmico CEO.

Depois da forte queda dos preços das ações no último trimestre de 2022 (ao redor de 47%), a empresa voltou a subir 25% nos 20 primeiros dias do ano, seguindo melhores perspectivas para a entrega de veículos no mês.

Camargo comenta, contudo, que, sob uma ótica estrutural, “o valuation da empresa é exagerado, já que a companhia continua a negociar por cerca de 33 vezes seus lucros para 2023″.

Para o analista, “uma deterioração a partir desse nível [do preço das ações] estaria mais ligada às questões macroeconômicas e de mercado”.

A recomendação da Empiricus para o papel é neutra.

Estagiário
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
Jorge Fofano é estudante de jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da USP. No Money Times, cobre os mercados acionários internacionais e de petróleo.
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