Internacional

Títulos sociais atraem investidores apesar de crise no Equador

18 maio 2020, 15:53 - atualizado em 18 maio 2020, 15:53
Equador
A emissão de títulos sociais entre tomadores soberanos e corporativos de mercados emergentes dobrou para US$ 5,2 bilhões neste ano em comparação com US$ 2,3 bilhões em 2019 (Imagem: Pixabay)

Em janeiro, o Equador vendeu US$ 400 milhões em títulos sociais públicos para ajudar a financiar imóveis a preços acessíveis.

Quatro meses depois, o valor da dívida, que vence em 2035, diminuiu, elevando o rendimento para 7,6% em meio à batalha do país para enfrentar o impacto econômico do surto de coronavírus.

No entanto, ainda há poucos sinais de que a crise no Equador esteja afastando investidores dos chamados títulos sociais, o segmento que mais cresce no financiamento sustentável.

Originalmente pensado para financiar melhoras na sociedade, as emissões aumentaram, pois governos buscam pagar pelos programas de saúde e emprego na luta contra o coronavírus. As vendas de títulos sociais superaram as ofertas de títulos verdes pela primeira vez em março e abril, de acordo com a gestora de fundos Amundi.

Os títulos sociais “foram certamente mais fáceis de colocar” do que títulos verdes vendidos por empresas nas últimas semanas, especialmente se usados para pagar por medidas da pandemia, segundo Magdalena Polan, economista global de mercados emergentes da Legal & General Investment Management.

“Durante a crise, os títulos – até os verdes – emitidos por empresas podem ser menos atraentes”, disse. Segundo ela, os títulos de governos são mais seguros, “mesmo se estivermos falando sobre o ainda bastante exótico título social”.

Globalmente, a emissão de títulos sociais mais do que quadruplicou neste ano, para US$ 24,5 bilhões, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. Bancos de desenvolvimento como o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento venderam dívida para combater o impacto do vírus.

A emissão de títulos sociais entre tomadores soberanos e corporativos de mercados emergentes dobrou para US$ 5,2 bilhões neste ano em comparação com US$ 2,3 bilhões em 2019.

No mês passado, o Paraguai vendeu US$ 1 bilhão em títulos de alívio do Covid, com vencimento em 11 anos e yield de 4,95%.

“Os títulos sociais são particularmente adequados para mostrar os esforços feitos pelas instituições financeiras públicas para apoiar serviços de assistência médica e a recuperação econômica”, disse Timothee Jaulin, chefe de cobertura de entidades supranacionais globais da Amundi, que tem sede em Paris.

“O recente aumento das emissões de títulos sociais mostra que emissores e investidores deram sinais de confiança no uso do formato”.

Isso apesar das dificuldades do título social do Equador. No mês passado, o governo obteve consentimento de credores de títulos para suspender pagamentos de cupom da dívida externa até meados de agosto. O país busca alívio da dívida externa de US$ 18 bilhões enquanto combate o Covid-19, além de enfrentar a queda dos preços do petróleo, seu maior produto de exportação.

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