Mercados

Títulos sociais elevam emissões ESG para recorde de US$ 732 bilhões

11 jan 2021, 15:26 - atualizado em 11 jan 2021, 15:26
No entanto, as vendas globais de empréstimos atrelados a ESG, sigla em inglês para critérios ambientais, sociais e de governança, caíram no ano passado (Imagem: Pixabay)

O mercado global de dívida sustentável cresceu 29%, para um recorde de US$ 732 bilhões no ano passado, puxado por uma onda de emissões de títulos para projetos sociais em meio à crise causada pela pandemia, segundo a BloombergNEF.

“A sustentabilidade continua a avançar na agenda de investidores, empresas e governos”, disse Mallory Rutigliano, analista de finanças sustentáveis da BNEF, em relatório na segunda-feira. “Este mercado relativamente novo agora é visto como uma ferramenta que as economias globais podem usar para uma reconstrução mais verde e socialmente mais justa.”

A emissão de títulos sociais se multiplicou por sete em 2020, para US$ 147,7 bilhões, quando governos e empresas captaram recursos para alívio da pandemia em meio à forte demanda de investidores, disse a BNEF.

A emissão de títulos de sustentabilidade – que permitem aos emissores usarem os recursos para projetos verdes e sociais – aumentou 81%, para US$ 68,7 bilhões no período.

Entre os maiores emissores de títulos sociais no ano passado está a União Europeia, que acessou o mercado três vezes para financiar um programa de apoio ao emprego, com ordens de compra para todas as emissões bem acima do ofertado.

A Unédic Asseo, agência que administra o seguro-desemprego na França, levantou 4 bilhões de euros em maio para financiar sua resposta à Covid-19, a maior oferta de um título social, seguida por outra emissão do mesmo porte em junho.

As vendas de títulos verdes – a maior categoria de dívida sustentável por volume em dólares – cresceram 13%, para um recorde de US$ 305,3 bilhões, após uma desaceleração no primeiro semestre do ano, disse a BNEF. Desde 2007, as emissões acumuladas de títulos verdes superam US$ 1 trilhão.

No entanto, as vendas globais de empréstimos atrelados a ESG, sigla em inglês para critérios ambientais, sociais e de governança, caíram no ano passado.

As vendas de empréstimos vinculados à sustentabilidade – que têm taxas de juros atreladas ao desempenho dos emissores em metas de sustentabilidade – e créditos verdes caíram 15% para US$ 119,5 bilhões e US$ 80,3 bilhões, respectivamente, de acordo com a BNEF.

O apoio de reguladores e bancos centrais ao redor do mundo, como do Banco Central Europeu, sinaliza “crescimento ainda mais sólido” do mercado de dívida sustentável, apesar da necessidade de mais escrutínio e transparência, de acordo com Maia Godemer, analista de finanças sustentáveis da BNEF.

“A crescente demanda de investidores e partes interessadas incentivará o mercado de dívida sustentável a inovar e impulsionará novos tipos de instrumentos”, disse.

Com um governo democrata nos EUA, as emissões de títulos corporativos que financiam projetos ambientais e socialmente responsáveis devem aumentar ainda mais.

O JPMorgan Chase prevê crescimento de 30% na emissão global de títulos verdes, sociais e atrelados à sustentabilidade neste ano.

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