Internacional

Tolerância com inflação baixa não casa com mais estímulo, alerta economista do BCE

26 nov 2020, 12:16 - atualizado em 26 nov 2020, 12:17
Philip Lane
“Tolerar uma fase mais longa de inflação ainda mais baixa… do que o originalmente previsto seria caro e arriscado”, adverte economista-chefe do BCE (Imagem: Reuters/Gonzalo Fuentes)

O economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE) alertou nesta quinta-feira que a aceitação de “uma fase mais longa de inflação ainda mais baixa” prejudicaria o consumo e o investimento, além de fortalecer expectativas de um baixo crescimento dos preços no futuro.

O BCE está preparando um novo pacote de estímulo para ajudar a amortecer o impacto da pandemia de coronavírus. Também está revendo a maneira como conduz suas operações, depois de não conseguir elevar a inflação a sua meta por quase uma década.

Lane disse que simplesmente deixar o crescimento dos preços ficar abaixo da meta do BCE, de pouco menos de 2%, não é uma opção.

“Tolerar uma fase mais longa de inflação ainda mais baixa… do que o originalmente previsto seria caro e arriscado”, disse Philip Lane a um público acadêmico via web.

“Em primeiro lugar, isso implicaria uma recuperação mais fraca do consumo e do investimento, como resultado de expectativa de taxas de juros reais mais altas. Em segundo lugar, isso contribuiria para uma queda nas expectativas de inflação que poderia se consolidar.”

Isabel Schnabel, também membro do conselho do BCE, disse nesta semana que o banco central deveria considerar levar mais tempo para elevar a inflação para sua meta de 2%, já que sua política ultraflexível é restrita, tem efeitos colaterais e riscos de alienação do público.

Sob sua revisão estratégica, espera-se que o BCE altere sua meta de inflação para 2% em relação a um “médio prazo” não especificado e reafirme seu compromisso com a simetria, o que significa que qualquer descumprimento da meta para baixo deveria ser levado tão a sério quanto para cima.

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