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Tombo do minério de ferro leva Vale (VALE3) junto nesta segunda (26); novas quedas vêm aí?

26 fev 2024, 16:30 - atualizado em 26 fev 2024, 16:30
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Ação de maior peso do Ibovespa, VALE3 perdia 2,36% por volta das 16h05, negociada a R$ 65,79 (Imagem: REUTERS/Melanie Burton)

A Vale (VALE3) afunda na bolsa nesta segunda-feira (26), pressionada por notícias negativas vindas dos mercados da Ásia.

Ação de maior peso do Ibovespa, VALE3 perdia 2,36% por volta das 16h05, negociada a R$ 65,79. Hoje, os contratos futuros do minério de ferro afundaram para o menor patamar em quatro meses em meio a preocupações crescentes envolvendo a demanda da China.

Traders monitoram o aumento de estoques no principal comprador, a China, ao mesmo tempo que procuram sinais de melhora na atividade de construção – ainda lenta devido ao clima desfavorável.

Hoje, em Dalian, o minério de ferro encerrou as negociações do dia com uma queda firme de 3,21%, a 875 iuanes (ou US$ 121,57) a tonelada.

Da mesma forma, a commodity de referência na Bolsa de Cingapura recuou 3,41%, a US$ 115,95 a tonelada, menor valor desde 27 de outubro.

Tese da Vale é atualizada por analistas; minério de ferro pode cair mais, segundo BB

Recentemente, analistas do BB Investimentos cortaram o preço-alvo das ações da Vale após incorporarem na tese da companhia os números do último balanço e projeções atualizadas para os preços do minério de ferro e o câmbio.

O BB destaca que os indicadores da indústria siderúrgica na China continuam em ritmo lento. Ao mesmo tempo, dados mais recentes de produção e consumo no país sinalizam queda na comparação anual e as incertezas sobre o nível de demanda de aço no país em 2024 podem levar a novas correções no preço da commodity.

O BB ainda levanta que os efeitos dos estímulos apresentados pelo governo chinês têm se mostrado limitados, embora a sinalização de que mais incentivos poderão ser anunciados pelo governo tem suportado as apostas na manutenção dos preços da commodity em patamar relativamente elevado.

Além do BB, o time de análise do Itaú BBA reduziu o preço-alvo dos ADRs (American Depositary Receipts) da Vale (VALE), de US$ 18 a US$ 17, após incorporar no modelo os últimos resultados e novas estimativas para a performance operacional da companhia – Ebitda de R$ 19,6 bilhões para 2024, 4% abaixo das estimativas anteriores.

Porém, diferentemente do BB, a equipe do BBA destaca o otimismo da mineradora com a demanda de minério de ferro. A investidores e analistas, a Vale disse em teleconferência que acredita no compromisso do governo chinês de prevenir um processo de hard landing (pouso forçado) na economia.

As expectativas em relação à demanda fora da China também são boas, particularmente na Índia, Oriente Médio, norte da África e Sudeste da Ásia.

“Vale tem aumentado a participação de suas vendas direcionadas a outros países e reforçou a alta demanda para BRBF na Europa”, menciona o BBA, em relatório de atualização divulgado nesta segunda-feira (26).

Ainda, do lado da oferta, a Vale acredita que o mercado de minério de ferro deve permanecer apertado em 2024, sem adições significativas.

O BBA segue projetando um preço médio de US$ 120 a tonelada para o minério de ferro em 2024. A recomendação para a Vale é de compra.

Provisões para Samarco e suspensão de licenças são risco para Vale? Empresa prefere olhar o copo meio cheio

O noticiário da Vale está aquecido. É verdade que a recente correção dos preços de minério de ferro – que, inclusive, atingiram o menor preço em quatro meses – vem pesando sobre a ação. No entanto, outros ruídos adicionam volatilidade maior à companhia na bolsa.

O principal deles é a indecisão sobre o futuro do atual CEO, Eduardo Bartolomeo, na empresa. A recondução do executivo no cargo segue indefinida após as últimas reuniões do conselho de administração. O colegiado parece dividido quanto à renovação do contrato de Bartolomeo, que termina no fim de maio.

Outro assunto envolvendo a Vale que voltou ao foco do mercado foi a notícia de provisão extra para a Samarco e o caso do rompimento da barragem de Fundão em Mariana (MG). Nos resultados do quarto trimestre de 2023, a Vale informou que realizou um provisionamento extra de US$ 1,2 bilhão para o caso, menos do que o mercado esperava.

Durante a teleconferência, a Vale reforçou que está confortável com o nível de provisões e sinalizou que a diferença entre o montante de provisões em seu balanço patrimonial (US$ 4,2 bilhões) e nos resultados da BHP (US$ 6,5 bilhões) pode estar relacionada por diferentes estimativas quanto à capacidade da Samarco em contribuir com a Fundação Renova.

A Vale disse que está trabalhando junto com representantes do governo para chegar a um acordo sobre o acidente, o que poderia acontecer ao longo dos próximos meses, na primeira metade do ano.

Sobre a suspensão de licenças de minas no Pará, a Vale notou que autoridades bateram na tecla de questões administrativas sobre dados específicos, não se tratando especificamente de irregulares ambientais ou brechas sociais.

“O fato de não parecer um problema significativo deixou a administração da Vale otimista quanto a resolver a situação o mais rápido possível”, destaca o BBA.

Editora-assistente
Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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Formada em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Atua como editora-assistente do Money Times há pouco mais de três anos cobrindo ações, finanças e investimentos. Antes do Money Times, era colaboradora na revista de Arquitetura, Urbanismo, Construção e Design de interiores Casa & Mercado.
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