Tombos de até 20%: Estatais disparam e analistas alertam para potencial de queda
Duas estatais ganharam pontos de atenção de analistas, em meio à disparada na bolsa, que salta quase 30% no ano.
A primeira é a Copasa (CSMG3), que sobe incríveis 83%, algo pouco comum para empresas de saneamento, que costumam ter receitas previsíveis e pouca volatilidade na bolsa.
O papel é impulsionado pela expectativa de privatização.
Na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, o governador Romeu Zema enfileirou importantes vitórias com o avanço do projeto de lei 4.380/25 e de emenda constitucional 24/23 aprovadas pela Comissão de Constituição e Justiça em setembro e em primeiro turno no plenário em outubro.
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Com a aprovação, o governo abre caminho para a renovação de seu principal contrato de prestação de serviços de saneamento, com a capital do Estado, Belo Horizonte, de acordo com o Novo Marco Regulatório do Setor.
Isso, no entanto, não foi suficiente para convencer o BB Investimentos.
Para o analista Rafael Dias, ainda que a conclusão desse processo possa agregar valor econômico significativo para a companhia, a incerteza sobre se e como ele ocorrerá nos impede de “incorporá-lo em nosso modelo de avaliação por enquanto”.
Dessa forma, os analistas cortaram a recomendação para venda, com preço-alvo de para o fim de 2026 de R$ 32,30 (antes R$ 27,50) e retorno via dividendos de 6,2% em 2026.
O preço implica potencial de queda de 14%.
“A forte alta das ações em 2025, superando os 90% de valorização, não oferece potencial de valorização ao nosso novo preço-alvo e portanto reduzimos nossa recomendação de neutra e venda”.
Sanepar: Tombo de 21%
Outro papel com tom pessimista de analistas é a Sanepar (SAPR11). Com alta de 32% no ano, os analistas da Genial consideram que a ação já está cara, e mantiveram preço-alvo de R$ 28, potencial de queda de 21%.
Em relação ao resultado do terceiro trimestre, Sousa pondera que os números vieram pressionados por itens não recorrentes.
Provisões cíveis e regulatórias, despesas associadas ao início das PPPs e ajustes contábeis relacionados aos precatórios contribuíram para que o lucro caísse 34%, para R$ 246,4 milhões, com margem líquida de 13,7%, ante 22,1% no terceiro trimestre de 2024.
“A despeito do impacto temporário nas margens e no lucro líquido, a companhia segue executando com consistência sua estratégia central: crescimento gradual da base atendida e avanço na universalização dos serviços”, diz Sousa.